sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Richard Dawkins e a Religião

Num tempo de guerras e ataques terroristas com motivações religiosas, o movimento pró-ateísmo ganha força no mundo todo. O biólogo Richard Dawkins, eleito recentemente um dos três intelectuais mais importantes do mundo (junto com Umberto Eco e Noam Chomsky) pela revista inglesa Prospect. Dawkins afirma ser irracional acreditar em Deus. “Tal crença traz terríveis danos à sociedade. Em 'Deus, um delírio', seu intelecto afiado se concentra exclusivamente no assunto e mostra como a religião alimenta a guerra, fomenta o fanatismo e doutrina as crianças. O objetivo deste texto mordaz é provocar; provocar os religiosos convictos, mas principalmente provocar os que são religiosos 'por inércia', levando-os a pensar racionalmente e trocar sua 'crença' pelo 'orgulho ateu' e pela ciência. Dawkins despreza a idéia de que a religião mereça respeito especial, mesmo se moderada, e compara a educação religiosa de crianças ao abuso infantil.” http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha
Não vi nessa obra nenhuma novidade acrescentada ao discurso ateísta. Mas, como toda provocação faz bem para o intelecto e para a alma, essa serviu de combustível para fortalecer ainda mais minhas convicções quanto ao discipulado dos meus filhos. Lembrei-me da conversa de Jesus com um certo homem intérprete da lei. O evangelista Lucas narra no capítulo 10 versículos 25 à 37 de seu evangelho. Nalgum momento não especificado este homem com o intuito de experimentá-lo levantou-se. A fim de tentar desmascarar a Jesus caso não conseguisse responder a altura, perguntou-lhe: "Que farei para herdar a vida eterna? "Que está escrito na lei? Como interpretas? O intérprete respondeu com uma combinação de passagens que o próprio Senhor Jesus também usava para resumir as exigências da lei (Dt 6.5: Lv 19.18: cf. Mc 12.30-31)."...Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda as tuas forças e de todo o teu entendimento" (Lc 10.27a; comp. c/ Dt 6.5). "...amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (Lc 10.27b; comp. c/ Lv 19.18).Jesus elogiou a resposta, e continuou: faze isto, e viverás. Mas o intérprete da lei não quis deixar a questão parar ali; queria justificar-se. Passou portanto à perguntar: Quem é o meu próximo? Percebeu que significava mais que o vizinho ao lado. Mas quanto mais? Sabemos que Jesus o Mestre por excelência não respondeu diretamente à pergunta, mas contou a parábola do bom samaritano.O problema deste homem era saber quem era o seu próximo. Mas e se intérprete tivesse perguntado o que significa realmente amar a Deus? A resposta também se encontra em Dt 6.5, passagem citada por este homem e por Jesus que corresponde ao primeiro grande mandamento.Explicação: Segundo Deuteronômio 6, a resposta dos israelitas ao amor de Deus por eles como seu povo e por sua libertação deveria de ser antes de tudo, um amor por Ele que incluía o ser inteiro, e logo como expressão deste amor por Deus, o ensino de seus filhos e a seus netos da fé que agora lhes pertenciam.
"O SENHOR é o único Deus "
(v.4)(qual a minha reação?) Amar a Ele com todo o meu ser (v.5)
(como?) Guardando as Suas Palavras no coração (v. 6)
(como?) Ensinado-a aos filhos (v. 7a)
(como?) 1. Falando dela o dia inteiro (v. 7b)
2. Atando-a como lembrete (v.8)
3. Transcrevendo-a nos umbrais e nas portas (v. 9)
O amor a Deus e a atividade do ensino eram inseparáveis. A vida que Israel tinha com Deus como uma comunidade no pacto com Ele, sustentada pela fé n'Ele e governada em tudo por sua vontade tal como se expressa nos mandamentos, deveria ser comunicada as gerações vindouras. Se um israelita falhava neste ponto privando seus descendentes da única e verdadeira vida no pacto de Deus, seria uma indicação de que não amava a Deus de toda a sua alma, mente e coração. Portanto, podemos concluir que uma Educação de Nossos filhos é a resposta da nossa parte ao amor de Deus, e que quando assim o fazemos, realmente amamos a Deus com inteireza de coração, alma e mente.

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