quinta-feira, 29 de março de 2012

SUPERANDO A DEPRESSÃO ( Um homem na caverna) 1 Rs 19.1-18


 “Buraco”, “fundo do poço”, “fim do túnel” são expressões que diariamente são ouvidas em referência ao estado depressivo. Doença de causas variadas, que podem ser emocionais e físicas, tem sintomas bastante nocivos para a vida e alma do acometido por essa enfermidade, tais como cansaço, desânimo para a vida, desejo de fuga da realidade.



1 Reis 19


A Bíblia em Hb 11 onde relata uma grande galeria de heróis da fé. O nome de  Elias está implícito  em 11.32. Elias significa Jeová é Deus. Um nome muito sugestivo. Que ao ser mencionado deveria produzir confiança. Não somente o nome evidenciava o poder de Deus, mas também Elias presenciava dia a dia o poder sobrenatural de Deus. Havia orado e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra, foi sustentado por corvos.

A fome era intensa em Israel e por orientação divina foi até a casa de uma viúva e ali multiplicou o azeite e a farinha  para que tivessem mantimento por muitos dias. O filho da viuva adoeceu e Elias orando a criança ressuscitou. Foi ele quem começou a orar, rogando ao Senhor que não chovesse sobre Israel, até que houvesse arrependimento no meio do povo de Deus (1 Rs 17:1).

Durante três anos e seis meses, de fato, não choveu em Israel. Nesse período, Deus instrui Elias a ir até Acabe, a fim de que se reunissem todos os profetas, cuja malignidade idolátrica influenciava o povo. Eram ao todo 450 profetas, que a pedido de Elias deveriam encontrar-se no Monte Carmelo, do lado da orla marítima de Israel.

Lá se encontraram. Elias os desafiou, dizendo-lhes que o deus que fosse Deus haveria de ouvi-los, respondendo à peti­ção por fogo: “Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus” (1 Rs 18:24).

Os profetas de Baal e do poste-ídolo invocaram seu deus, suplicando-lhe que uma resposta de fogo lhes fosse dada, cain­do do céu fogo a fim de consumir o que lhe estava sendo ofertado. Oraram durante todo o dia, e não  veio fogo nem voz alguma. Após terem cessado suas petições, Elias levantou o altar de Deus que estava em ruínas, e o molhou abundante­mente, para tornar claro que o que cairia do céu para consumir a oferta era fogo do Senhor. Feito isto, orou:

“Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique hoje sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que segundo a tua palavra fiz todas estas coisas. Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu, SENHOR, és Deus, e que a ti fizeste retroceder o coração deles” (1 Rs 18:36,37).

A Bíblia nos diz que, tendo ele acabado de orar, caiu fogo do céu: “Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego” (1 Rs 18:38).

Elias, depois disto, matou os profetas de Baal e subiu ao monte para orar, pedindo ao Senhor que mandasse chuva, pois tudo estava minguando. Instruiu então seu servo a olhar na direção do mar, para ver se havia alguma nuvem que prenunci­asse chuva. Ele foi, e voltou dizendo: “Não, não há nada.”

 “Volta outra vez, e toma a verificar” — disse Elias.
O rapaz ia, não via nada, e voltava. Elias repetia a instrução. E assim fez por sete vezes. Na sétima vez ele viu uma coisa estranha: uma nuvem pequena como a palma da mão aparecia no horizonte. Ao contar a Elias o que vira, este lhe disse:
“Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te detenha” (1 Rs 18:44).

Fez o moço conforme Elias instruíra. Diz-nos a Bíblia que a mão do Senhor veio sobre Elias, de modo que ele desceu corren­do o Monte Carmelo, passando pela caravana de Acabe, até Jezreel, num percurso de pelo menos 25km. Orou para que chovesse novamente, e a chuva começou a se formar. Advertiu a Acabe que as chuvas desde a muito esperadas logo teriam início. Acabe cobriu apressadamente em seu carro real os 24 Km de trajeto até Jezreel, mas Elias capacitado por Deus correu chegando na frente dele demonstrando grande vigor.

Elias era um homem de uma energia física impressionante. Em 1 Reis 18:42, ele está no Monte Carmelo. Já no v. 46 desse mesmo capítulo, diz-se que ele saiu de onde estava e correu até Jezreel, que distava dali aproximidade 25 km. Depois, foi até Berseba (1 Rs 19:3), distante 160km, indo em seguida para o Monte Horebe (1 Rs 19:8), que ficava a 300km, perfazendo um total de 485km.

Chegando ao palácio, Acabe fez saber a Jezabel, sua esposa, tudo quanto Elias fizera aos profetas de Baal, que eram protegi­dos pela rainha. Então ela, uma mulher maligna e idólatra, man­dou dizer a Elias: “Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a es­tas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles” (IRs 19:2).

Elias, quando recebeu a mensagem, temendo, em pânico, fugiu para Berseba, deixando seu moço naquela cidade, e rumando logo em seguida para o deserto, sob um sol causticante, pedindo ao Senhor a própria morte. Tiago nos lembra que Elias era um homem como nós, sujeito as mesmas paixões e fraquezas. Há momentos em que somos corajosos, em outros somos covardes. De atos heróicos passamos para atos de fuga. De ousados nos tornamos em temerosos.

Podemos nos identificar nesta hora com Elias, verificando que a nossa vida é cheia de autos e baixos. Pois existem certos momentos da nossa existência que procuramos nos esconder numa caverna.

Um Homem na Caverna

1. O que leva um homem para a caverna? (DEPRESSÃO)

1.1 O medo do inimigo. Temendo pois Elias,...” (v.3) O que é que transforma um herói da fé em um covarde? O v. 3 diz que Elias teve medo de Jezabel.

É incrível como um homem que tinha tido as experiências que Elias teve viesse a se intimidar por algo tão pequeno, em proporção aos desafios que já tinha vencido.

A ameaça pode ser a possibilidade de falência, o término de um namoro, a perda do vestibular, a intriga de um vizinho, uma enfermidade e, até mesmo, um trabalho de macumba feito contra você.

Esta ameaça desencadeou no profeta uma seqüência inevitável de atitudes depressivas. Normalmente, sempre que nos vemos ameaçados por qualquer coisa, assumimos as mesmas atitudes.

1.2 Preocupação com a própria vida. “Temendo pois Elias, levantou-se  para salvar a sua própria vida” (v.3)

Ao receber a palavra de Jezabel de que logo seria morto, a primeira coisa que Elias fez foi levantar-se, cheio de temor, e fugir a fim de salvar a vida:

Sempre que nos vemos ameaçados de alguma maneira, a primeira reação é uma imensa preocupação com a sobrevivência material. Quando isto acontece, voltamos o olhar para nós, numa espécie de autodescobrimento, como se temêssemos perder-nos a nós mesmos.

A atitude de Elias foi “Salve-se quem puder”. No momento de perigo e quando o medo toma conta da nossa vida geralmente a nossa atitude é essa. (Tia Jane)

1.3 O abandono da comunhão.  Elias foi até Berseba, e ali deixou seu moço, como está dito no v. 3: e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou seu moço” (1 Rs 19:3).

Esta é a conseqüência imediata na vida de qualquer homem ou mulher que se sente ameaçado: o abandono da co­munhão, dos relacionamentos. E como se nos sentíssemos intimidados, voltando-nos então para dentro, preocupados com nós mesmos, distanciando-nos, enfim, das demais pessoas, com as quais já não conseguimos manter diálogo, a tal ponto nos tor­namos encaramujados.

Na verdade não há mais possibilidade de relacionamentos interpessoais. Abandonamos nossos amigos e os que faziam parte do nosso mundo, até mesmo os queridos, porque a preocupação e a ameaça nos consomem o tempo e a possibilidade de viver para outros, só nos dedicando a refletir sobre as ameaças que pairam sobre a nossa cabeça.

Num momento tão delicado como este na vida do profeta, sua atitude foi a de afastar-se da comunhão de seu colega de lutas. A depressão afasta a pessoa dos irmãos, dos amigos. O afastamento, por sua vez, pode produzir mais depressão. O Sl 133 nos diz que a comunhão produz benção e vida.

1.4 O desespero da vida. “ele mesmo, porém foi para o deserto (...) e pediu para si a morte” (v.4)

Elias foi acometido por um profundo de­sinteresse pela vida: “...e pediu para si a morte, e disse: Basta; toma agora, o SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs 19:4).

Observe-se que há um paradoxo em toda esta situação. Ele sente-se ameaçado, olha para dentro de si, preocupa-se com sua sobrevivência material, mas no fim de tudo desinteres­sa-se da própria vida — o que constitui um paradoxo.

Por que as pessoas se matam? A falência da firma, ou o abandono do marido; a perda do emprego, ou uma doença; enfim, qualquer ameaça que sobrevenha faz com que se preo­cupem consigo mesmas. Mas o estado de calamidade em que se encontram vai gerando outros desdobramentos, os quais ti­ram delas o desejo de continuar vivendo. A ameaça, no início, leva o homem a preocupar-se consigo, mas no fim faz com que perca todo interesse pela existência.

Meu pai foi muito próspero na vida, um médico muito conhecido, dono de um hospital. Mas as coisas começaram a sair erradas, e ele teve que vender seu hospital.

Ele entrou nesses mesmos pro­cedimentos depressivos adotados por Elias: preocupou-se em primeiro lugar com sua sobrevivência; logo em seguida aban­donou os relacionamentos familiares mais triviais, como o diá­logo, caindo numa introspecção letal; depois, uma motivação negativa tomou conta do seu coração, fazendo-o descrer de qualquer possibilidade de restauração do seu negócio, culmi­nando num desejo profundo de não mais viver.

Elias experimentou tudo isto. Ele era um homem de Deus, mas procurou até mesmo fugir de sua presença. Isto é uma contradição entre a teologia e a prática. Ou seja, teoricamente ele cria no Senhor, mas vivia, naquele momento, como os pro­fetas de Baal: triste, melancólico e amargurado.

Quando a vida perde o sabor, perde o sentido, sempre que nos preocupamos de maneira excessiva com a nossa sobrevivência, quase sempre acabamos perdendo o interesse pela vida.

Sentiu-se perseguido e ficou cheio de auto-piedade. Somente via as sombras inimigas e as ameaças não lhe saiam da memória. Entrou em uma crise de depressão profunda. No seu desespero pede  morte, oração que não é lícita.

1.5 Motivação negativa. Elias encheu-se de uma terrível motiva­ção negativa: “Ele mesmo porém se foi ao deserto” (1 Rs 19:4).

Note-se que Elias não fora impelido, enviado para lá. Pelo contrário: em razão de uma manifestação depressiva e uma tre­menda motivação negativa que lhe cercava a alma, dirigiu-se para o deserto.

Quando nos sentimos ameaçados, preocupamo-nos com nós mesmos, depois rompemos com os relacionamentos à volta, e nos enchemos de uma motivação negativa, procurando todo tipo de afastamento e alienação de qualquer relação interpessoal que um dia tenhamos mantido.

“Pois não sou melhor do que meus pais” (v.4)

1.6 Sentimento de solidão. V.10 e 14 Primeiro abandona o seu companheiro. Ao ser questionado por Deus, por duas vezes Elias respondeu que  sentia solidão. Um sentimento de autopiedade tomou conta de Elias. Se sentia um coitado perseguido, por isto foi à caverna.

2. O que tira um homem da caverna? (DEPRESSÃO)

2.1 Sair da caverna e colocar-se na presença do Senhor. Disse-lhe Deus: Sai, e põe-te neste monte perante o Senhor v. 11 Esta é a palavra de Deus. Não há mistério; tampouco estu­do nenhum do mundo psicológico humano. O que há é tão-somente uma palavra: “Sai.”

A palavra de Deus para Elias é hoje a mesma dirigi­da a todos aqueles que se encontram na caverna, deprimidos, amargurados, sentindo-se ameaçados pelas circunstâncias da vida:

Parece que é mais fácil e comum nos escondermos num quarto escuro, afogando as magoas no travesseiro do que se colocar na presença do Senhor quando enfrentamos tribulação. O primeiro passo é sair da caverna. Hoje o Senhor lhe diz: Saia da caverna.

2.2 Discernir o modo de Deus agir em nossas vidas. v. 11-12
Elias saiu da caverna e chegou ao lugar sagrado onde Moisés havia recebido a lei. A semelhança de Moisés, ali Elias passou por experiências poderosas. Deus aproximou-se, e a aparição produziu um vento aterrorizante que rasgou os mon­tes e quebrou em pedaços as rochas.

No entanto, Deus não estava no vento, embora o tivesse causado. E, então, de súbito, um terremoto atingiu a área. Aquilo que o vento não despedaça­ra, o terremoto destruiu. Foi uma manifestação aterrorizante; mas Deus tam­bém não estava no terremoto, embora o tivesse causado.

Um grande incêndio seguiu-se ao terremoto. Foi aterrorizante, mas Deus também não estava no fogo, embora o tivesse causado.

A seguir, um cicio tranqüilo e suave. O hebraico diz, literalmente, um som de gentil silêncio” (cf. Jó 4.16). O silêncio tinha algo para dizer. O vento, o terremoto e o fogo foram os precursores da presença divina.

A presença divina não podia ser encontrada no grande ruído e no despedaçar das rochas. Também não estava no estremecimento do solo. Mas estava naquele silêncio.

Furacão terremoto, fogo que manifestaram em Ex 19 a presença de Deus, são sinais precursores de sua passagem. “O Senhor tem seu caminho na tormenta e na tempestade”. (Na 1.3)

O murmúrio de um vento tranqüilo simboliza a intimidade do seu trato com seus servos, mas não suavidade de sua ação com os inimigos do seu povo. Os v. 15-17 provam a veracidade desta afirmação

2.3  Seguir o caminho indicado por Deus. “Disse-lhe o Senhor: Vai, volta ao teu caminho para o Deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria.” (v.15)

Na comunhão e no discernimento de Deus agir em nossas vidas vem a direção de Senhor para a nossa vida. Volta ao teu caminho. Retoma o que tens para fazer.

2.3 Crer que Deus é quem conserva o seu povo. “Também conservei em Israel sete mil; todos os joelhos que não se dobraram a Baal...” (v.18)

3. Porque viver fora da caverna? (DEPRESSÃO)

3.1 Deus não nos planejou para a depressão ou desânimo.  Foi por esta razão que o Senhor lhe perguntou: “Que fazes aqui, Elias?” (1 Rs 19:9)

Elias entrou em uma caverna. “Que fazes aqui Elias? “ Virou avestruz? Escondeu a cabeça num buraco?  O profeta estava no lugar errado. 

Deus na verdade enviara Elias ao Monte Horebe, mas não o impelira para dentro de nenhuma caverna. Ele argumenta com Elias: “Eu não planejei a caverna para você, Elias, e sim o monte; idealizei para você luz, não trevas.”

Deus não nos criou para vivermos sob opressão e depressão. A palavra nos diz que somos mais do que vencedores. Jos. 1.5 “Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo: Não te deixarei nem te desampararei.”

3.2 Nossa vocação é para sermos elementos de unção nas vidas das pessoas.   Deus quer que saibamos que nossa pre­sença na vida é para que sejamos fatores de bênção e unção para outras vidas:

“Disse-lhe o SENHOR: Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel, e também Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar” (1 Rs 19:15,16).

(...)Eliseu recebeu porção dobrada do Espírito, E Elias é elevado ao céu. II Rs 2.9-14

Deus nos chamou para que sejamos abençoadores de ou­tras vidas. Não adianta crer em Deus, se vivemos oprimidos e deprimidos.

3.3 Em terceiro lugar, Deus quer que saibamos: ele está sobre nossos adversários. Foi ele mesmo quem nomeou os reis que deveriam destruir Jezabel, inimiga de El ias:

“Quem escapar à espada de Hazael, Jeú o matará; quem escapar à espada de Jeú, Eliseu o matará” (1 Rs 19:17).

Deus disse a Elias, em outras palavras: “Confia em mim, Elias. Aquela que o ameaça já está com os dias contados.”

Há pessoas que estão vivendo sob opressão e depressão. Mas Deus nos convida a sair da caverna, a abrir-nos para uma vida de confiança nele, sejam quais forem as circunstâncias adversas que nos sobrevenham.

A expressão “não temas” ocorre 365 vezes na Bíblia, o que equivale dizer “uma para cada dia do ano.”  Portanto, saiamos das sombras e caminhemos no caminho da luz, rumo à felicidade, no nome de Jesus.

sexta-feira, 23 de março de 2012

QUANDO A CASA CAI - Mt 7.24-27


Conhece a expressão "a casa caiu"? Esse termo é uma figura de linguagem muito usado por policiais quando prendem pessoas em flagrante... Então eles dizem, a casa caiu. Também pode significar que tudo estava irregular, agora descobriram, por exemplo, se você estava enganando alguém, e este descobre... isto é, " a casa caiu", descobriram. 
O Sermão da montanha é uma das mais impressionantes passagens das escrituras. O ensino contido nos exerce um fascínio sem par. Ele parece encerrar a essência do ensino de jesus. Ele torna a justiça atrativa; envergonha nosso fraco desempenho; gera sonhos de um mundo melhor. Nesta ocasião o Senhor, apresentou aos seus discípulos uma contracultura cristã.  Uma maneira totalmente diferente de viver do mundo.

Dentro deste sermão, está a passagem que acabamos de ler. Diversas interpretações tem sido sugeridas. Temos uma comparação entre o crente verdadeiro e o falso crente. Ainda alguns, interpretam-na  como os testes aplicados na vida do crente no dia do juízo final. Todavia, nos é possível aplicarmos a passagem na perspecitiva da família. Entendemos que tal aplicação nào viola nem distorce o texto bíblico. Pelo contrário, as próprias Escrituras comparam a edificação de um lar á construção de uma casa. O Sl 127.1 começa afirmando que : “Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam”

Jesus nos afirma que o que ouve as suas palavras e as pratica, é comparado ao homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha, em contraste com o que não ouve suas palavras, um insensato que edificou sua casa sobre a areia.

A parábola é atual, pois fala do desejo da maioria das pessoas, de ter uma casa e uma família. Notem que estes dois homens tinham o mesmo desejo. Ambos desejavam construir a sua casa, uma casa onde eles pudessem viver com seus familiares, desfrutando de merecido lazer e gozando a vida. Não somente isso, mas também desejavam construir suas casas  em um mesmo local, sendo até mesmo vizinhos, porquanto nosso Senhor deixou perfeitamente claro que as duas casas foram sujeitas precisamente ao mesmo teste e à mesma tensão.

Outro fato é que contempladas pelo lado de fora e à superfície, não havia diferença exceto . As portas, as janelas e a chaminé estavam exatamente nas mesmas posições; elas tinham o mesmo traçado, o mesmo padrão - aquelas casas eram aparentemente idênticas exceto no alicerce. No entanto nosso Senhor apresentou-nos uma comparação. Há dois homens e duas casas. Dois homens e duas familias. Uma bem sucedida e outra fracassada que veio a ruína.

Quando a Casa Cai

O registro de Lucas 6.46-49 é extremamente útil. Somos informados de que o sábio cavou fundo e lançou os alicerces de sua casa, ao passo que o tolo não cavou coisa nenhuma, e nem se perturbou em lançar um alicerce. Porque será?

1. Quando o construtor tem pressa.

O fato é que o insensato tinha pressa, queria logo uma bela casa construída, ou seja não quer gastar tempo com a família. Mas não queria dispor de tempo na edificação do alicerce. Em contraste com o sábio, o insensato não dedicava tempo ao seu empreendimento, mas vivia interessado em atalhos e resultados imediatos.

2. Quando o construtor não busca a instrução do arquiteto.

O insensato  desconsiderava a instrução do arquiteto, não buscava orientação na Palavra de Deus para sua família. Ele não tinha tempo para ouvir instruções, e nem dava qualquer atenção às regras que governam a construção de uma casa. A construção de uma casa é uma questão séria, e o indivíduo que anela por construir uma casa nunca deveria pensar meramente em termos de ter alguma espécie de teto por sobre a sua cabeça. Pelo contrário deveria, perceber que existem certos princípios de engenharia que precisam ser observados, se ele tiver de contar com uma construção satisfatória e duradoura.

Essa é a razão pela qual os proprietários consultam os arquitetos; e os arquitetos fazem planos, estabelecem especificações e fazem os seus cálculos. O sábio anela por saber qual é a maneira certa de fazer as coisas; e, por esse motivo, dá ouvido às instruções e se dispões a ser ensinado. Por sua parte o insensato, não se interessa por tais coisas. Ele quer uma casa e não deseja aborrecer-se com regras e especificações. Diz ele: “Faça-se logo essa construção! “O tolo mostra-se impaciente, despreza a instrução e o ensino dizendo que deseja dar prosseguimento à construção.

3. Quando o construtor não se preocupa com os perigos que rondam a casa.

Trata-se de uma mentalidade que nunca pesa as conseqüências detidamente, que nunca para a fim de imaginar e considerar possibilidades e eventualidades, ou seja não está preocupado com os perigos que rondam a família. O insensato, que edificou a sua casa sem alicerce e sobre a areia, Não parou nem uma única vez a fim de perguntar a si mesmo: “Se eu construir minha casa deste modo, o que poderá acontecer com ela?”

É possível que este rio tão bonito  à vista durante o verão, venha a transbordar em resultado de fortes chuvas, e assim a minha casa venha a ser inundada?” Ele nunca parou para considerar essa possibilidade. Tão somente desejava possuir uma casa agradável, naquele local que começou a construí-la sem levar em conta qualquer conseqüência. E se porventura alguém se aproximasse e lhe dissesse: “Olhe aqui meu amigo, de nada adianta você levantar uma casa sobre a areia. Será que não está percebendo o que pode acontecer à uma casa edificada em local como este? 

Você parece não reconhecer o que o rio é capaz de fazer. Já vi esse rio transformar-se em autenticas cachoeiras. Já presenciei temporais, neste local, capazes de derrubar as casas mais bem construídas. Meu amigo, sugiro-lhe que você cave profundos alicerces. Cave até chegar a rocha.” Mesmo assim o insensato tê-lo-ia despedido enfadado, persistindo em fazer o que lhe parece melhor.

Conclusão: Os alicerces que parecem tão insignificantes e destituídos de importância, porquanto não estão à vista são a parte mais importante de uma edificação. Se os alicerces não tiverem bem construídos, tudo o mais em uma casa será mal construído. O alicerce é a parte mais importante do que qualquer outra parte da construção.

A casa que o insensato edificou sobre a areia, pode parecer perfeita boa e durável. Porém pouca serventia há em uma casa, por mais luxuosa e confortável que ela possa ser se, quando chegarem as tempestades e a enchente começar a bater contra ela, ela vier a ruir repentinamente. Todavia necessitamos de uma casa que seja capaz de suportar as provas impostas pelas tempestades e pelos tufões. Uma casa construida sobre a areia não pode oferecer tal resistência, e, como é claro não tem valor nenhum.

Nosso Senhor declarou que tudo quanto edificamos neste mundo haverá de ser submetido a testes. Ele retrata estes testes sob a forma de um pesado aguaceiro que cai, transformando-se em uma inundação acompanhada de ventos uivantes e destruidores. Jesus deixou claro que toda casa esta sujeita à provas. Pode ser a chuva do adultério, a inundação das drogas, os ventos das discórdias e da desconfiança. Quem sabe a inundação do desemprego ou o próprio diábo querendo arrastar nosso filhos.

O Sl 127.5 nos dizem que tem um dia que o inimigo vem e bate a nossa porta, mas não entra, porque os filhos não nos trazem vergonha. Os nossos filhos estão firmes em Deus.

Você quer construir uma casa sobre a rocha? Seja impulsionado por um desejo profundode  construir uma casa que seja durável. Tenha em mente o seguinte: “Não sei muito a respeito disso, e nem sou um especialista quanto a essas questões. Portanto, o bom senso dita que eu deveria consultar uma pessoa bem informada a esse respeito.

Quero dispor de bons planos e especificações, e quero receber orientação e instruções. Sei que os homens podem construir casas com grande rapidez, mas prefiro uma casa que seja duradoura. Muitas coisas poderão acontecer, que submeterão a um verdadeiro teste as minha idéias de construção de casas. É o que diz o apóstolo Paulo, quando comentou: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além, do que já foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co 3.11).


ACHANDO E SENDO ACHADO PELO REINO - Mt 13.44-50


Um dos temas  que mais nos chama a atenção nas Escrituras é o Reino de Deus. A palavra reino no original significa domínio real ou esfera onde Deus exerce seu domínio. O reino já se faz presente, mas ainda não. Ou seja, não está presente de forma plena. Deus tem um reino entre nós, mas não plenamente. É pôr isso que existe tantas desgraças e pecados neste mundo. 

Cristo já completou a história da  salvação através de sua morte e ressurreição, o futuro prometido já está presente de uma maneira provisória. Com Jesus o Reino é chegado (Mt 12.28). Este reino não está estático, parado, estacionário, mas está em ação. A encarnação de Jesus colocou em operação um poderoso movimento. O poder de Deus encontra-se operando poderosamente entre os homens.

Nas parábolas que lemos, Jesus nos apresenta a ação do Reino em três perspectivas:

“ACHANDO E SENDO ACHADO PELO REINO”

1. O Reino como Surpresa de Deus. (V.44) Enterrar tesouros era algo comum antes de existir rede bancária. As vezes o primitivo dono morria e o tesouro fica perdido, até que alguém o achasse pôr acaso. Às vezes o Reino chega como descoberta casual. Muita gente não está nem pensando em Deus, nem preocupado com a salvação, nem interessada numa busca específica, quando de repente, o Reino de Deus se descortina. 

Esta parábola ilustra o que é fato comum em muitos casos, que, nas vicissitudes da vida, o indivíduo é levado a descobrir, pôr acidente, que realmente existe um grande tesouro neste mundo, e que esse tesouro é Cristo, a sua mensagem e o reino a qual ele governa. Ao reconhecer essa maravilhosa descoberta, percebe que todos os outros tesouros da vida, sejam eles riquezas materiais, ou a intelectualidade, ou os prazeres, ou a fama não podem se comparar com esse tesouro incalculável.

2. O Reino como Busca de Deus. (v. 45,46) Esta parábola ilustra o indivíduo que encontra o reino dos céus, como algo de grande valor, como resultado de uma busca diligente, em contraste com a parábola do tesouros escondido, que alude à descoberta acidental do reino.

O homem que é o personagem desta parábola aparece como competente crítico de valores, perito conhecedor de pérolas. A busca desse homem era resoluta, decisiva, incessante, guiada pôr grandes princípios diligentes e pela experiência. Aqui vemos o quadro de um homem que sempre encontrava pérolas de pequeno valor, mas que continuou em sua busca pôr uma pérola soberba, singular, de grande preço. Finalmente a sua busca o guiou àquela pérola raríssima. Pôr conhece-las bem, reconheceu imediatamente que aquela pérola era não somente grande, mas também dotada de formação perfeita, sem falhas. O seu desejo de possuí-la foi tão intenso que vendeu tudo quanto tinha, todas as riquezas que havia ajuntado durante toda a sua vida, a fim de comprar aquela pérola extraordinária. Essa pérola simboliza Cristo e seu reino.

Pessoas que buscam a Deus direta ou indiretamente:

Busca intelectual, é a busca do saber, do conhecimento, do domínio da cultura e da ciência que muitas vezes não é um reflexo de desprezo, mas uma profunda sede dele. Nào encontram respostas para as grandes questões da vida: De onde vim? Para onde vou? Algumas pessoas aproximam-se de Jesus Cristo, da fé e da Igreja, abrem-se para o evangelho em função de enfermidades que as acometem e que as pressionam pela via da dor a refugiarem-se em Deus.

Busca existencial de paz: Muitos são conduzidos a este mesmo encontro com Deus pôr causa de terem sido tocados, molestados pôr causa de uma catástrofe familiar. É o pai que bebe, é o filho que se vai, é o casamento que se fragmenta que se desmorona. Outros são atingidos pôr crises financeiras, pôr falências. Outros são tomados pôr fobias, pôr medo pôr pânico. Outros vão pôr que são abandonados, repudiados, rejeitados e procuram um ajuntamento comunitário, e nessa busca psicológica de amor acabam encontrando-se com Deus.

Os meios, os modos, as formas, as causas, as vias são as mais variadas possíveis, e os irmãos podem testemunhar isso. Cada vez que alguém vem aqui na frente e conta o processo pelo qual achegou-se à Deus ficamos maravilhados pela diversidade de formas que foram tocados pôr Deus.

3. O Reino como Arrastão de Deus no Mar da Vida (v.47-50) No grego, a palavra traduzida aqui como rede não é a rede pequena, que um homem sozinho podia manejar, e, sim a rede grande, manejada pôr diversos homens, e que podia recolher grande número de peixes de uma vez só. Pôr causa dessa capacidade, como é natural, muitas variedades de peixes eram colhidos pôr ela. Alguns peixes eram usados como alimento, para fornecer ‘’óleo” ou outro produto de valor no mercado, enquanto que outros peixes eram inúteis, destituídos de valor.

Essas são as ações de Deus, usando homens para buscar homens. Muitas pessoas ouvem o evangelho e se interessam pela Palavra e pelos benefícios decorrentes dela. Depois, o tempo mostra quais realmente compreenderam o Reino de Deus e tomaram um compromisso em relação a ele.

A parábola ilustra os efeitos a pregação do evangelho no mundo. Alguns aceitam a mensagem e assim desenvolvem uma fé autentica, tornando-se discípulos legítimos de Cristo. Outros parece que são somente recolhidos pela rede da mensagem de cristo, mas finalmente mostram que são falsos discípulos.

Alguns possuem verdadeiramente a vida espiritual, conferida em face da fé verdadeira, enquanto que outros só aparentemente têm a vida espiritual. Alguns, segundo os propósitos de Deus, estão prontos para cumprir os alvos divinos, ao passo que outros não são aptos para cumprir os alvos de deus no tocante ao destino determinado para os seres humanos.

CONCLUSÃO: Com base nisto, Jesus também nos ensina o que caracteriza o nosso encontro com o Reino de Deus.

1. Compreensão da Graça de Deus (v.44): Deus tem algo especial para nós: é um tesouro nos dado pela Graça. “tendo-o achado

2. Compreensão do compromisso humano (v.45-46): Existe um compromisso que converge em atitudes, renúncias, mudanças, investimento para tomar posse do Reino. “Tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou.”

3. Compreensão da necessidade (v.47): “O Reino dos céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.” Pregação da Palavra dirigida não só àqueles que buscam, mas a todos, pois todos têm necessidade de ouvi-la. A pessoa fica apaixonada pela evangelização. Proclamar é a sua maior obsessão. Lamenta como Paulo: “Ai de mim se não pregar o evangelho”.

Investimento Seguro - 2 Tm 1. 6-14


Diz o ditado popular que: Para esta vida nada se traz e desta vida nada se leva." Isto é verdade, no que se refere às coisas materiais. Contudo há coisas na vida que se bem investidas, acumulam dividendos lá no céu.  Jesus nos ensinou "ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam."Mt 6.20"

Você já prestou atenção por exemplo, nas garrafas descartáveis de refrigerantes: Sem depósito, sem retorno. Isto também se aplica nesta vida, o apóstolo diz em Gl 6.7 Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.

Um bom investimento na vida, sempre é um bom negócio. Porém, nada na vida pode existir retorno, sem que haja investimento. Você não tem juros e correção monetária na poupança se não depositar o dinheiro. Você não colhe frutos da terra se não lavrar, adubar, plantar a semente e aguar.

O mesmo se aplica à vida do cristão. Diante disto Paulo afirma: "porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia." Então exorta a Timóteo: "Guarda o bom depósito, mediante o Espírito que habita em nós."

É por isso que ele escreve esta segunda carta a Timóteo,  provavelmente  a última carta escrita pelo apóstolo na prisão em Roma. Escrita quase no final do reinado do imperador Nero, o seu conteúdo é muito informal e bastante pessoal.

Na primeira Carta, Paulo expressou sua esperança de que estando livre logo estaria na companhia de seu filho na fé. Aqui nesta segunda carta, Paulo fala como que se o momento de sua execução e partida estivesse próximo.

Todos os colegas haviam-no esquecido, com exceção de Lucas. No entanto a Carta é tocante, tendo em vista a situação do apóstolo. É difícil ler esta carta sem sentir as lágrimas brotarem nos olhos.

Imaginemos o apóstolo Paulo, já idoso, definhando numa masmorra escura e úmida em Roma, de onde não deverá sair, a não ser para a morte. O seu trabalho apostólico está concluído, tanto que pode dizer: "completei a carreira". Agora, sua preocupação é tomar providências para que, depois de sua partida, a fé seja genuína sem se contaminar, genuína, às gerações vindouras.

Diante disto, Paulo faz uma metáfora bancária. Há um bom depósito com retorno lucrativo e seguro para a vida do Cristão:

Tema: Investimento Seguro

1. Confiar no dom de Deus e investir no testemunho Cristão.  Por esta razão, pois te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti (...)"Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e moderação.

Paulo orienta ao seu amado Timóteo que reavive o dom de Deus que lhe foi dado. A palavra reavivar tem o sentido de fazer o fogo subir com vida, reatiçar. Mexer nas brasas constantemente. Paulo está dizendo que  devemos atiçar aquele fogo do Espírito que há em nosso interior até inflamar-se em grandes labaredas. Paulo está falando em investimento no dom que nos foi dado pelo Espírito.

O cristão, é um vaso que contém o Espírito de Deus, sendo que nada deve temer, mas no poder de Deus, em amor e moderação deve prosseguir para o alvo da soberana vocação. Nós temos um espírito de poder, capacitado a dominar qualquer situação com autoridade, de amor isto é de serviço afetuoso  e de moderação que é auto-disciplina.

Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus,"

Esta é uma tentação corriqueira. Certamente o apóstolo Paulo se sentiu exposto à tentação de se envergonhar do evangelho. Em 1 Co 1.23 verificamos que o evangelho do Cristo crucificado, é loucura para alguns e pedra de tropeço para outros. O Senhor Jesus advertiu "Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas  palavras, também o filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com seus santos anjos." Mc 8.38

Nossa vocação deve ser caracterizada pelo sofrimento e não pela vergonha. Devemos estar dispostos a passarmos por louco, se necessário por causa do testemunho cristão.

Sadar Sundar singh, o jovem cristão foi tentado por seus familiares e amigos, de todas as formas para abandonar a fé em Jesus Cristo, foi expulso de casa por seu pai que o enxotou como um cão. Certa ocasião foi lançado em um poço onde se encontravam cadáveres em estado de decomposição. Ao entrar numa cidade para pregar o evangelho, foi preso e amarrado. Colocaram-lhe sangue sugas em todo o seu corpo, e ali permaneceu no frio de uma noite inteira. No amanhecer, seu rosto irradiava paz e alegria, jogaram-no na prisão entre bandidos perigosos, mas ali pregou o evangelho e muitos se arrependeram dos seus pecados. No fim de sua vida, teve a alegria de ver seu pai convertido. "Sem depósito, sem retorno."

Podemos perguntar: Que há com o evangelho, que os homens o odeiam e a ele se opõem, e que por sua causa, os que o pregam tem de sofrer? O fato é que as pessoas se ofendem quando a Palavra de Deus afirma que todos são pecadores e que por causa disso precisam admitir a gravidade do seu pecado, e que somente a graça de Deus em Cristo pode salvá-los.

A poucos anos atras , aconteceu em uma igreja na Rússia, no tempo do Comunismo, em que a igreja era vigiada pelo governo, sendo que muitos cristãos foram torturados por amor a Cristo. Uma ocasião um grupo se encontrava em uma igreja. Quando de repente um grupo de soldados entraram com fuzis na mão ameaçando aquelas pessoas. Um dos soldados disse: Quem aqui é cristão de fato fique a minha esquerda, quem não é pode sair pela porta. Um bom grupo saiu. Fecharam as portas do templo, e um dos soldados disse. Bem, agora podemos adorar a Deus em verdade. "Sem depósito, sem retorno."

2.   Confiar na vocação e obra divina e investir na Santidade de Vida e na pureza da Palavra. "segundo o poder de Deus, que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,e que agora se manifestou pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual destruiu a morte, e trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho,"
Trata-se aqui do zelo pelo evangelho e da nossa santa vocação. Para o cristão fica o imperativo de viver em santidade.

Quando Deus chama alguém para si, também o chama a santidade. Paulo enfatizou isto muitas vezes nas suas outras cartas: "Deus não nos chamou para a impureza, e, sim, em santificação", porque todos fomos chamados para ser santos. Chamados para viver como santo de Deus e separado para ele." ( 1 Ts 4.7

Conta-se a história de um moço cristão que se empregou numa casa comercial. O menino tinha doze anos, e pouca experiência profissional. Como sabia fazer poucas coisas o patrão lhe deu um serviço de varrer e espanar o escritório, e dar recados. Por algum tempo o rapaz ia muito bem, e como era ativo aprendeu logo a fazer bem seu serviço e ser pontual. Aconteceu que, um dia, quando estava varrendo o escritório achou uma nota de R$ 5,00 no chão. Ficou contente. Para ele era muito dinheiro. Mas logo começou a refletir: "Eu achei este dinheiro, portanto é meu". Mas achei-o aqui no escritório do meu patrão, não será dele?" Levantou-se uma dúvida sobre o dinheiro. Aquela noite não dormiu bem, estava preocupado com o dinheiro. Na manhã seguinte, voltando para o serviço, logo que encontrou o patrão, o moço lhe disse: "Aqui está um nota de R$ 5,00, pois a achei no chão, ontem, quando fazia a limpeza, julgo que seja do senhor ou de algum dos seus fregueses". O homem aceitou a nota, agradeceu ao moço e disse: "Você é um crente de verdade, pela sua honestidade e testemunho será promovido com aumento salarial". O fato era que o patrão deixara cair de propósito a nota no chão para ver se o rapaz era honesto ou não.

"Mantém o padrão das sãs Palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus." V.13

Paulo nos exorta também a guardarmos com pureza as Palavras do Evangelho. Isso é de extrema significancia em nossos dias, onde ventos de doutrinas cada vez mais tempestuosos destroem vidas e igrejas com heresias contrarias a Palavra de Deus.

Por isso é necessário sair do conhecimento superficial das Escrituras, a fim de que ensinos estranhos e bizarros, recebidos por meio de visões e experiências, não venham contaminar o Evangelho de Nosso Sr Jesus Cristo.

Conclusão: Decidido a levar todos os seus bens para a cova, quando morresse, um homem muito rico orou a Deus até que, por fim, o Senhor cedeu. Mas havia uma condição: podia levar apenas uma mala com seus bens. O homem rico encheu a mala com barras de ouro.

Chegou o dia em que Deus o chamou para Si, vindo a falecer. Chegando no céu, S. Pedro o saudou-o, mas disse-lhe que não podia levar a mala com ele.
- Oh, mas eu tenho um acordo com Deus! - explicou o homem.
- Isso não é normal - disse S. Pedro. - Importa-se que eu dê uma olhada?
O homem abriu a mala todo sorridente, colocando a descoberto as barras de ouro cintilantes.
S. Pedro ficou espantado e disse:
- Mas para que é que você trouxe assoalho?
No céu, ouro só serve para ser pisado, mas nosso testemunho, santidade e permanência no evangelho trazem conseqüências eternas.
"porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia." Então exorta a Timóteo: "Guarda o bom depósito, mediante o Espírito que habita em nós."
Sem depósito, sem retorno.

terça-feira, 20 de março de 2012

ANDANDO SOBRE AS AGUAS – Mt 14.22-33


 

No dia 6 de agosto de 1926, Gertrude Edele uma mulher, tentou atravessar a nado o canal da Manhca. Existem lições de Gertrude  Ederle que precisam ser mencionadas. No campo do esforço humano, na maioria das vezes, aqueles que assistem das laterais advertem o participan­te a agüentar firme e prosseguir até o fim. Entretanto, no caso dela, aqueles que a acompanharam, seu pai, sua irmã, os jornalistas, os fotógrafos e o seu treinador, William Brugess, um inglês que finalmente vencera o Canal da Mancha após 18 tentativas fracassadas  incentivaram-na a “jogar a toalha”. 
Ela estava congelada, exausta, baqueada e nauseada por causa das 11 horas de esforço, mas nunca se queixou ou demonstrou quaisquer sinais de hesitação.
À três milhas de sua meta, o mar a açoitava furiosamente e, naquele momento, seu pai e seu trei­nador apelaram para que ela desistisse, a fim de não se machu­car. Logo depois, a sua clássica resposta veio a ecoar em todo o mundo: “Desistir? Por que razão?” Esgotada, chegou à margem e entrou para os livros de história tornando-se a primeira mulher a atravessar o Ca­nal da Mancha a nado.
Seu tempo foi de 14 horas e 31 minutos, quebrando por uma diferença de 2 horas e 23 minutos o recorde de Charles Toff. Como diz um velho ditado: “Ao se depararem com as difi­culdades, os resolutos seguem em frente. ” Gertrude” deu a todos nós uma boa lição com a sua realização.
 Pedro e seus amigos entraram num barquinho certa tarde, com o objetivo de atravessar o mar da Galiléia. Como Jesus queria ficar sozinho, partiram sem ele. Pedro não se preocupou com isso — passara a vida inteira dentro de barcos. Gostava deles.
Dessa vez, porém, uma tempestade os alcançou. O evangelho de Mateus diz que o barco estava sendo “fustigado” (Mt 14.24)  pelas ondas. Um temporal muito violento, o máximo que os discí­pulos conseguiram fazer foi impedir que o barco virasse.
Por volta das três horas da manhã, imagino que não estavam mais preocupados em chegar à outra margem — só queriam continuar vivos. Então, um dos discípulos percebeu um vulto caminhando sobre as águas na direção deles. Mas os discípulos convenceram-se de que ele era um fantasma. Ficaram aterrorizados e gritaram de medo. Mas Mateus deseja que saibamos que, às vezes, só os olhos da fé reconhecem a proximidade de Jesus. Em geral, no meio da tempestade, fustigados pelas ondas da desilusão e da dúvida, não reagimos melhor do que eles.
Aprofundemo-nos um pouco mais. O que Jesus pretendia passeando no lago às três horas da manhã?
Marcos nos dá uma dica nos contando  que Jesus “estava já a ponto de passar por eles” Mc 6.48,49,  quando o viram caminhando sobre as águas e pensaram que fosse um fantasma. Por que Jesus haveria de querer “passar por eles”? Ele decidiu competir com eles? Queria impressioná-los com um belo truque?
O verbo parerchomai (“passar por”) é usado na tradução grega do Antigo Testamento como um termo técnico para teofania — aqueles momentos críticos em que Deus fazia “aparições impressionantes e temporárias na terra para escolher indivíduos ou grupos com o propósito de transmitir uma mensagem”.
Deus colocou Moisés na fenda de uma rocha para que ele pudesse ver “minha glória passar. ... e passou diante de Moisés” . Êx 33.22; 34.6. Deus disse a Elias que se colocasse no monte, “pois o SENHOR vai passar.
Há um padrão nessas histórias. Em cada caso, Deus precisava chamar a atenção do povo — por intermédio de uma sarça em chamas, do vento, do fogo ou caminhando sobre as águas.
Deus iria chamar a cada uma dessas pessoas para fazer algo extraordinário. Em cada situação, a pessoa que Deus chamou sentiu medo. Mas toda vez que essa pessoa disse sim a seu chamado, experimentou o poder de Deus em sua vida.
Doze discípulos sentados dentro de um barco, e não sabemos como onze deles reagiram àquela voz. Talvez com perplexidade, admiração, descrença ou um pouco de cada. Mas um deles, Pedro, estava prestes a se tornar alguém que anda sobre as águas. Reconheceu que Deus estava presente — até no mais improvável dos lugares. É o que a Palavra quer nos ensinar nesta hora:.
QUEM ANDA SOBRE AS AGUAS
Quem anda sobre as águas sai do barco. 
Antes de prosseguir quero observar um detalhe do texto:, Pedro exclamou para o vulto que se aproximava: “Se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas”. Por que Mateus incluiu esse detalhe? Por que Pedro não pulou dentro d’água de uma vez? Acho que por um motivo muito importante.
A história não tem relação apenas com correr riscos, mas principalmente com obediência. Ou seja, devo discernir entre um chamado autêntico de Deus e aquilo que pode ser apenas um impulso tolo de minha parte. A coragem por si só não basta; deve vir acompanhada de sabedoria e discernimento.
Mateus não está glorificando o simples gesto de correr riscos. Jesus não procura gente que salte sobre precipícios com um elástico amarrado nos pés, que voe em queda livre, que arrisque a vida como prova de fé.
Pedro não quis andar sobre as águas para se divertir. Não se tratava de esportes radicais, e sim de discipulado a toda prova. Significa que, antes de sair do barco, Pedro precisa certificar-se de que Jesus também gosta da idéia. Por isso, pede que ele seja muito claro: “Se és tu, manda-me...” Mt 14.28. Mas, imagine a violência da tempestade, capaz de levar profissionais experientes a lutar contra o naufrágio. Imagine o tamanho das ondas, a força do vento, a escuridão da noite — e nenhum comprimido de Dramin à vista! Eram essas as condições em que Pedro pretendia sair do barco.
Já seria difícil andar sobre águas calmas, com o sol brilhando no céu, uma brisa suave soprando. Imagine tentar essa proeza enquanto as ondas quebram com grande estrondo, com um vendaval soprando, às três da manhã — e você apavorado.
Coloque-se no lugar de Pedro um instante. De repente você percebe o que Jesus está fazendo — o Senhor está passando. Ele o convida a participar da maior aventura de sua vida. Ao mesmo tempo, você morre de medo. Qual seria sua opção: a água ou o barco?
O barco é seguro, firme e confortável. A água, no entanto, é um ambiente hostil. As ondas estão altas. O vento, forte. Você está no meio de uma tempestade. E se sair do barco qualquer que seja ele —, há uma boa chance de afundar. Mas se não sair, com certeza jamais andará sobre as águas.
A vida não pode se resumir a ficar sentado no barco. Por isso, deixe-me fazer uma pergunta muito importante: Qual é o seu barco?
Seu barco é qualquer coisa que represente segurança e proteção para você, exceto o próprio Deus. Seu barco é tudo em que você se sente tentado a confiar, ainda mais quando a vida fica turbulenta.
Seu barco o mantém tão confortável que você não quer abrir mão dele, mesmo que o impeça de juntar-se a Jesus sobre as ondas. Seu barco é tudo que o afasta da grande aventura do discipulado a toda prova.
Quer saber qual é seu barco? Seu medo lhe dirá. Faça-se a seguinte pergunta: O que mais me dá medo - principalmente quando penso em deixar para trás em um passo dele?
Para uns, é sua profissão. Ele trabalha há 35 anos; tem quase sessenta agora. Mas foi atormentado a vida inteira pela sensação de que Deus o chamava para o ministério da igreja. Silenciou a própria consciência doando muito dinheiro e fazendo obras excelentes, mas não consegue se livrar do medo assombroso de ter perdido o chamado. E receia que seja tarde demais.
O barco de um outro é o segredo. Ele é viciado em pornografia. Um vício sem maiores conseqüências, na opinião dele, basicamente filmes proibidos e eventuais farras pela Internet. Nada que lhe custe o emprego ou o casamento — pelo menos por enquanto. Mas ninguém sabe. Tem medo de confessá-lo. Tem medo de procurar ajuda. O segredo o está matando, mas é seu barco.
Talvez seu barco seja o sucesso. Como no caso do jovem rico na Bíblia. Jesus o convidou para sair do barco “Vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. E... depois, venha e siga-me.” Mas ele resolveu não aceitar. Tinha um barco muito bom. Um iate. De fácil manejo. O jovem rico o apreciava demais para se desfazer dele.
Qual é seu barco? Em que área da vida você se retrai todo para não confiar plena e corajosamente em Deus? O medo lhe dirá qual é seu barco. Deixá-lo pode ser a atitude mais difícil de toda a sua vida. Mas se você quiser andar sobre as águas, terá de sair desse barco.
Quem anda sobre as águas sabe que terá problemas como risco e medo. Então, Pedro aproxima-se da amurada do barco. Os outros discípulos observam atentos. Tinham visto Pedro agir com precipitação outras vezes muitas vezes. Querem ver até que ponto ele está disposto a chegar. Ele passa um pé sobre a amurada, segurando firme no barco. Depois o outro pé. Agarra-se ainda com feroz determinação e muita força. Por fim, toma uma atitude de fé — e se solta. Entrega-se completa­mente ao poder de Jesus. E, de repente, pela primeira vez na história, um ser humano comum anda sobre as águas. Então, acontece. Pedro “reparou no vento. A realidade instalou-se, e Pedro se perguntou: “Onde é que eu estava com a cabeça?”. Percebeu que estava sobre as águas no meio de uma tempestade, e sem um barco sob os pés. Apavorou-se.  
A tempestade não deveria ser uma surpresa —estava ali o tempo todo. Acontece que o foco de Pedro mudou do Salvador para a tempestade. 
Todos nós sabemos o que significa “reparar no vento”. Você parte em uma nova aventura cheio de esperanças. Um emprego novo, talvez; ou quem sabe tenha resolvido experimentar servir a Deus de uma nova maneira. A princípio,  sente-se cheio de fé — não há uma única nuvem ali o tempo todo. no céu.
Então a realidade se instala, contratempos, oposições, obstáculos inesperados, você repara no vento. Já era de esperar — o mundo é um lugar de muitas tempestades. Mas, de alguma forma, os problemas ainda têm o poder de nos pegar de surpresa.
Por causa do vento, algumas pessoas resolvem nunca sair do barco. Se você sair, enfrentará o vento e a tempestade lá fora. Mas você já deve saber: não existem garantias de que a vida no barco será mais segura.
Eileen Guder escreveu: Você pode viver de comida natural para evitar uma úlcera, não tomar chá, café ou outros estimulantes em nome da saúde, ir para a cama cedo, manter distância da vida noturna, evitar assuntos polêmicos para jamais ofender alguém, nunca se meter na vida alheia, evitar o envolvimento com os problemas dos outros, gastar dinheiro só no que é necessário e poupar o máximo possível. Ainda assim, pode acontecer de você quebrar o pescoço na banheira.’
Larry Laudan, filósofo da ciência, passou a última década estudando a administração do risco. Ele escreve que vivemos em uma sociedade de tal forma dirigida pelo medo que sofremos daquilo que  chama de congestionamento mental — condição que, como o conges­tionamento de trânsito, nos torna incapazes de agir ou de nos mover.
Laudan resume a questão da administração do risco em dezenove princípios. O primeiro é o mais simples: tudo é arriscado. Se você procura a segurança absoluta, escolheu a espécie errada. Pode passar o dia inteiro na cama — e talvez lhe aconteça o mesmo que a meio milhão de americanos que todo ano solicitam atendimento domiciliar de emergência por terem se acidentado caindo da cama. Pode até fechar as janelas — e talvez você seja uma das dez pessoas por ano que acabam se machucando no pescoço acidentalmente nas cordas da persiana.
Na hora de chutar para o gol, você pode pisar na bola e cair. Os melhores jogadores do mundo erram duas em cada três tentativas. Mas se não chutar, você nunca vai conhecer a glória de fazer um gol. Sair do barco envolve correr perigo, mas também é perigoso continuar no barco. Se você vive no barco — qualquer que seja ele —, um dia morrerá de tédio e estagnação. Tudo é arriscado.
Ainda, a opção de seguir Jesus — de crescer — é também a opção pelo retorno constante do medo. Você tem de sair um pouco do barco a cada dia.
Deixe-me explicar. Os discípulos entram no barco, enfrentam a tempestade, vêem alguém andando sobre as águas e sentem medo. “Não tenham medo!”, diz Jesus. Pedro então se enche de coragem, pede permissão para sair do barco, repara no vento e sente medo de novo. “Não tenham medo!”, diz Jesus. Você acha que essa será a última vez na vida que Pedro terá medo?
Aqui está uma verdade profunda a respeito de andar sobre as águas: O medo nunca irá embora. Por quê? Porque toda vez que eu quiser crescer, terei de avançar por um território novo, aceitar desafios novos. E sempre que fizer isso, experimentarei medo de novo. Ou seja, pode parar de tentar fazer que o medo desapareça. Medo e crescimento andam sempre juntos.  A decisão de crescer implica escolher entre risco e conforto. Ou seja, para seguir a Jesus, você deve renunciar ao conforto como o bem maior de sua vida.
Nós gostamos de conforto. O teólogo Karl Barth disse que o conforto é um dos grandes cantos de sereia de nossa era. Você sabe qual o tipo de cadeira mais procurada hoje em dia? Es-preguiça-deira. Nada que lembre risco ou perigo. Nem trabalho, como cadeira de secretária, cadeira de executivo ou cadeira de presidente.
Es-preguiça-deira. Queremos mergulhar no conforto. Chegamos a desenvolver uma linguagem própria para isso. As pessoas dizem: “Agora eu só quero sombra e água fresca. De preferência, na frente da televisão, para não ter que pensar em nada”. 
Pode-se dizer que os onze discípulos ficaram “sentados” enquanto tudo acontecia. Não os incomodava assistir à cena, só não queriam participar dela.
Hoje existem milhões de pessoas “sentadas” nos bancos das igrejas se expreguiçando. Desejam parte do conforto associado à espiritualidades mas não querem o risco nem o desafio que fazem parte da vida de quem segue a Jesus de verdade.  No entanto, Jesus ainda procura pessoas dispostas a sair do barco.
Risco e conforto — tendem a se transformar em hábito. Cada vez que você sai do barco, aumenta a probabilidade de repetir essa atitude na próxima oportunidade. Não porque o medo tenha ido embora, mas porque se acostumou a conviver com ele. Você descobre que ele não tem poder para destruí-lo.
No entanto, toda vez que resiste, toda vez que opta por ficar no barco e não dar atenção ao chamado, a voz em seu interior silencia um pouco. Até que, um dia, você não a ouve mais.
Quem anda sobre as águas sabe administrar o fracasso como uma oportunidade para crescer. Por reparar no vento e ceder ao medo, Pedro começou a afundar. Isso levanta uma questão: “Pedro fracassou?”.
O fracasso não é um acontecimento, mas o julgamento que se faz de determinado acontecimento. É um modo de pensar o resultado final de nossos atos.
Antes de Jonas Salk desenvolver uma vacina para a pólio que funcionasse de fato, ele experimentou duzentas outras, todas mal­sucedidas. Alguém lhe perguntou:
— Qual a sensação de fracassar duzentas vezes?
— Nunca fracassei duzentas vezes em toda a minha vida — Salk retrucou. — Apenas descobri duzentas maneiras de não vacinar contra a pólio.
Jonas Salk fez duzentas tentativas mal sucedidas para criar a vacina contra a pálio. Ele foi um fracasso?
Mas, e quanto a Pedro? Ele fracassou? Na verdade, sou da seguinte opinião: havia onze fracassos bem maiores sentados naquele barco. Fracassaram em silêncio. Em segredo. Ninguém percebeu, ninguém comentou, ninguém os criticou.
Pedro cometeu um erro em olhar para as circunstâncias, mas depois olhou para Jesus e experimentou  duas glórias:
Assim que Pedro pede ajuda, Jesus se coloca a seu lado. Ele o ajuda fisicamente, tirando-o das águas. Mas também o ajuda a crescer ao identificar o problema com precisão: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”. Mt 14.31.
Pedro conheceu a glória de ser erguido por Jesus em um momento desesperador. Pedro  agora sabia, mais que qualquer outro discípulo, que, quando afundasse, Jesus seria a pessoa perfeita para salvá-lo. Compartilhara uma experiência, estabelecera um vínculo, vivenciara uma confiança em Jesus como nenhum dos companheiros.
Pedro aprendeu que andar sobre as águas ou afundar dependia de se concentrar em Jesus ou na tempestade. De qualquer forma, agora ele compreendia sua dependência da fé de modo muito mais profundo do que se jamais saísse do barco. A disposição para correr o risco de fracassar o ajudou a crescer.
Segundo: Pedro experimentou a glória de andar sobre as águas ao receber o poder de Deus para fazê-lo.
Não foi assim com os onze, nem poderia ser diferente, pois eles não haviam saído do barco. O pior fracasso não é afundar nas águas. O pior fracasso é nunca sair do barco.
O erro é parte indis­pensável, insubstituível do crescimento e do  aprendizado. É esse o princípio da história: não é o fracasso que molda você, e sim a maneira como você reage a ele.
Edmund Hillary fez várias tentativas frustradas de escalar o monte Everest antes de obter sucesso. Depois de uma delas, ele parou na base da montanha gigantesca e, ameaçou-a:
Vou desafiar você outra vez. Você pode ser grande... mas eu ainda estou crescendo.
Toda vez que Edmund Hillary subia, fracassava. E toda vez que fracassava, aprendia. E toda vez que aprendia, crescia e tentava de novo. Até que um dia não fracassou.
Jesus ainda procura pessoas que saiam do barco. Por que correr esse risco? Acho que existem algumas razões:
•  É o único jeito de crescer de verdade.
•  É o caminho para o desenvolvimento da fé verdadeira.
•  É a alternativa ao tédio e estagnação que leva as pessoas a definhar e morrer.
•  É assim que você descobre seu chamado e o segue.
Creio que há vários motivos excelentes para sair do barco. Um deles, no entanto, supera todos os demais: é na água que Jesus está. A água pode ser escura, funda e perigosa. Mas Jesus não está no barco, O principal motivo pelo qual Pedro saiu do barco foi por querer estar com Jesus.
Creio que, em geral, o método utilizado por Deus para fazer brotar em nós uma fé profunda e ousada é convidando-nos a sair do barco. Mais que ouvir uma mensagem ou ler um ótimo livro, Deus usa os desafios do mundo real para desenvolver nossa habilidade de confiar nele.
Somos propensos a buscar um mundo de conforto. Tentamos construir vidas administráveis com um mínimo de segurança e previsibilidade, de forma a manter a ilusão de termos tudo sob controle.
Então Deus “passa por nós e transtorna tudo. O chamado para sair do barco implica crise, oportunidade, erro muitas vezes, medo outras tantas, sofrimento de vez em quando. Mas não existe outro modo de desenvolver a fé e nos tornarmos parceiros de Deus.
Talvez tenha havido uma época na vida em que andar sobre as águas era quase uma rotina. Época em que seu coração se parecia muito com o de Pedro: “Manda-me. Diga-me para ir ao teu encontro”
Época em que você se arriscaria a pôr a fé em prática ainda que isso significasse rejeição; a dar, mesmo que envolvesse sacrifício; a servir, mesmo diante da possibilidade de fracasso. Você afundou algumas vezes. Outra vezes, deslizou sobre as águas. Mas viveu no limite da fé.
Contudo talvez faça muito tempo que você não sai do barco. Talvez possua uma boa embarcação, com cadeiras estofadas no convés e estabilizadores para que você nunca fique enjoado na tempestade. Talvez tenha um lugar bastante confortável no barco. Mas o Senhor está passando! Jesus ainda espera aqueles que vão sair do barco. Não sei que significado tem isso para você. Se sair do barco — seja ele qual for —, enfrentará problemas.
Há uma tempestade lá fora, e sua fé não será perfeita. O risco sempre encerra a possibilidade de fracasso. segurá-lo. Mas se você sair, creio que duas coisas acontecerão:
Primeira, quando você fracassar - acontecerá algumas vezes —Jesus estará a postos para segurá-lo. Você não estará sozinho. Descobrirá que ele ainda é a pessoa mais indicada para salvar.
Segunda, de vez em quando você andará sobre as águas. Tome uma atitude de fé. Saia do barco.