Pode ser através do próprio indivíduo que
busca o sofrimento de seu corpo com flagelos e penitencias. Ainda quando
realiza sacrifícios de outros seres como animais e até mesmo seres humanos.
Uma segunda categoria de religião é aquela
em que o indivíduo por meio da meditação e da renuncia do seu ego, sentimentos
e paixões, a cada dia vai deixando de ser pessoa, e através de sucessivas
reencarnações até que em determinado estágio mergulha na imensidade de Deus,
tornando-se Deus.
Uma terceira e única categoria é o
cristianismo na sua essência, em que Deus tomado de amor vem em busca da
criatura rebelada contra seu Criador e totalmente incapacitada para a salvação.
É Deus quem sofre e morre em seu lugar para pagar o preço do seu pecado.
Explicação:
Na passagem que estamos meditando o apóstolo Paulo ora para que possamos
compreender a vastidão do amor de Deus. Ele ora para que possamos compreender o
amor de Cristo que excede a todo entendimento.
Como se pode entender algo que não se pode entender?
Como se pode definir algo que é tão grande que não pode ser definido? De que
vale falar de medidas, se o que está em foco é imensurável e eterno?
Não há contradição aqui. O que o apóstolo
está dizendo é que, apesar deste amor de Cristo estar além de toda a
comparação, e nunca poder ser corretamente medido, não obstante nos compete a
tarefa de aprender o quanto pudermos sobre ele, e de receber deste amor o
quanto pudermos conter.
Estamos prestes a pôr os olhos em algo que é
tão glorioso e interminável, que será o tema da contemplação de todos os
santos, não somente neste mundo como também no mundo por vir. Passaremos a
eternidade contemplando-o, maravilhando-nos e nos extasiando com isso.
Entretanto o que nos cabe é começar nisso aqui e agora, nesta vida.
As Insondáveis Dimensões do Amor de
Cristo
1.
Infinitamente largo para abranger um número incontável de povos e pessoas.
Há vários lugares nas Escrituras onde esta
dimensão é posta diante de nós de maneira extraordinária. Lemos em Genesis que
Deus prometeu a Abraão : ".. te
abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos
céus e como a areia da praia do mar..." (Gn 22.17) "Farei a tua descendência como o pó da
terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, então se contará
também a tua descendência." (Gn 13.16)
Isso nos deixa perplexos, somente Deus é
quem pode contar as estrelas e chamá-las cada uma pelo seu nome. A estimativa é
que a nossa galaxia possua 100 bilhões de estrelas. E que além da nossa
galaxia, exista outras 100 bilhões de galaxias.
Também no último livro das Escrituras o
Apocalipse, encontramos estas palavras:"...e
com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e lingua, e povo, e
nação". E ainda: "...e era
o número deles milhões de milhões e milhares de milhares" (5.9,11).
O livro de Apocalipse parece estar
particularmente interessado na largura do amor de Cristo. Quando nos dá o
quadro dos santos glorificados, e do Filho de Deus com os Seur remidos, emprega
este números: "Depois destas coisas
olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as
nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o
Cordeiro"(7.9).
Quando olhamos para nossa igreja, ficamos
desalentados e concluímos que somos um número insignificantes de pessoas neste
bairro. Às vezes esse pensamento tende a deprimir-nos e a desanimar-nos. O
remédio é considerar a amplitude do amor de Cristo.
Não há nada mais animador e revigorante que
recordar que, mesmo nestes dias de decadência, há no mundo, em cada país, em
cada continente - embora diferentes na cor, na cultura, homens e mulheres que
se reúnem regularmente para o culto a Deus. Na glória ficaremos arrebatados de
encanto diante disso, quando compreendermos o que o amor de Deus em Cristo
realizou, apesar do pecado, do inferno e do diabo.
Assim que alguém começar a compreender a
amplitude do Seu amor, tornará a levantar a cabeça, seu coração e voltará a
cantar, e perceberá que está tendo o precioso privilégio de ser um humilde
membro de um poderoso exécito, um no meio desta gigantesca multidão que vai
passar a eternidade na presença do Cordeiro de Deus, e n'Ele vai deleitar para
sempre. A largueza do Seu amor.
2.
Infinitamente comprido para atravessar a eternidade. O comprimento
comunica a idéia do caráter infindável do amor de Cristo. As vezes lemos nas
Escrituras sobre o "eterno" amor de Deus - "com amor eterno te amei" (Jr 31.3).
A dimensão do comprimento lembra-nos que
este amor começou na eternidade. Sempre existiu. Antes do tempo, antes da
criação do mundo e do homem, Deus o Pai e Deus o Filho entraram num acordo. Foi
um acordo concernente à salvação daqueles que haveriam de ser salvos pelo
Senhor Jesus Cristo.
A queda do homem foi prevista, tudo era
conhecido; e o Filho, como Representante desta nova humanidade, entrou numa
aliança com Seu Pai, no sentido de que Ele os salvaria e os resgataria. O Pai
em aliança com o Filho, concordou outorgar certos privilégios e bençãos aos que
foram então dados ao Filho.
O amor de Cristo por nós não veio à
existência repentinamente; existia antes de iniciar o tempo. Daí lemos que o
nosso nome foi escrito no livro da vida do cordeiro que foi morto antes da
fundação do mundo" (Ap 13.8; 17.8). Daí o pensamento: "Antes de existir
uma cruz no gólgota ja havia uma cruz no coração de Deus".
Isto é para mim algo maravilhoso e
estonteante - eu era conhecido por Cristo na eternidade. Eu e cada um de nós
que pertencemos a Ele, em particular. Éramos conhecidos por Ele, e os nossos
nomes foram escritos no Seu livro.
Deus pôs o seu coração sobre nós na
eternidade, antes da fundação do mundo, antes de existir o tempo. Começou na
eternidade, continua no tempo e permanecerá na eternidade.
Portanto podemos estar sempre seguros de que
ele nunca mudará, nunca sofrerá variação, sempre será o mesmo. Vejam que a
dimensão deste "comprimento" é uma linha ininterrupta. Aconteça o que
acontecer, segue adiante. Não cessa de repente, para logo começar. É um amor
que nunca nos abandona nem perde as esperanças quanto a nós.
Quão importante é que meditemos neste amor,
e que o contemplemos! É porque não fazemos isso que, por vezes, inclinamo-nos a
pensar que Ele se esqueceu de nós, ou que Ele nos abandonou. Quando nos
sobrevêm aflições, problemas e provações, e enfrentamos dificuldades e
decepções, temos a tendência de perguntar: "Onde está o seu amor?"
A resposta é que está presente, sempre
presente. A falha está em nós, que não conseguimos vê-lo, e não temos meditado
nele, não temos compreendido o seu caráter eterno, e não captamos a dimensão do
seu comprimento.
O apóstolo paulo expressa esta verdade com
estas palavras: "Estou certo de que,
nem morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem
o presente, nem o provir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra
criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso
Senhor!" (Rm 8.38,39)
Nada jamais poderá nos arrancar da sua mão, nada jamais poderá
privar-nos desse amor. Nada! Se o inferno ficar as soltas, se tudo for contra
nós, nada poderá jamais fazer com que ele nos abandone.E isto continuará pela
eternidade adentro. Principiou na eternidade, manifesta-se no tempo, e vai de
volta à eternidade. O amor de Deus por nós não é uma aventura de verão.
3.
Infinitamente profundo a ponto de Deus deixar a sua glória e se humilhar por
nós miseráveis pecadores. Ao considerarmos a profundidade, temos que
recorrer ao que o apóstolo escreveu aos Filipenses no capítulo segundo, onde se
vê a profundidade do amor de Cristo em dois casos principais: o primeiro, no
que Ele fez.
Na eternidade o nosso Senhor era "em
forma de Deus". Era Deus o filho no seio do Pai desde a eternidade. Mas o apóstolo nos diz que "Ele não teve por usurpação ser igual à
Deus". Significa que ele não
considerava a Sua igualdade com Deus como uma presa a que agarrar-se a todo
custo.
Pelo contrário, Ele se humilhou e Se despiu
daqueles sinais da Sua eterna glória. E veio a este mundo de pecado e vergonha
fazendo-se Semelhante aos homens, na forma de homem.
É o amor de Cristo que excede todo o
entendimento. Deixou a sua glória,
humilhou-se, adentrou no ventre da virgem e veio viver como homem nesse mundo.
Recordem o que nos foi narrado acerca da pobreza e humildade do lar no qual Ele
nasceu. Recordem o que aconteceu com Ele enquanto esteve neste mundo, como Ele
realizou tarefas servis; Ele, que era igual ao Pai; ele o Filho do Deus eterno!
Em seguida considerem o que Ele sofreu nas
mãos dos homens, a incompreensão, o ódio, a falsidade. Pensem no seu sofrimento
com o cansaço, a fome e a sede. Pensem nos homens lançando mãos crueis sobre
Ele, prendendo-o, Jungando-o, zombando e escarnecendo dEle, cuspindo no seu
santissimo rosto.
Pensem nos homens crueis condenando-o e
açoitando-o. Vejam-no cambaleando sob a pesada cruz a caminho do Gólgota. Olhem para Ele cravado no madeiro e ouçam as
suas expressões de agonia pela sede que sentia, pela dor que padecia.
Pensem no terrível momento em que nossos
pecados foram postos sobre Ele. Perdeu de vista a face do Seu Pai uma única
vez, entregou o Espírito e morreu, e foi sepultado e posto num sepulcro. Ele, o
autor da vida, o Criador de todas as coisas, jaz morto numa tumba! Por que ele
fez isso tudo? A resposta é: por causa do seu amor por mim e por você. Tal é a
profundidade do seu amor.
Seu amor se mostra ainda mais profundo
quando nos lembramos de que não havia nada em nós que atraísse tal amor. Em
nosso estado natural, todos éramos criaturas odiosas e sem esperança.
Para que possamos ter uma verdadeira
concepção do nosso real estado e condição, e da profundidade do seu amor,
vejamos o que Paulo nos diz em Romanos 3 acerca da condição da humanidade
enquanto a graça de Deus em Cristo não se assenhoreou de nós:
"Não
há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que
busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há
quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é sepulcro aberto; com as
suas linguas tratam enganosamente: peçonha de áspides está debaixo dos seus
lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros
para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conhecem
o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Ora, nós sabemos o
que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja
fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus." (Rm 3.10-19)
Foi para este tipo de gente que Cristo veio ,
suportando a cruz e desprezando a vergonha . O nosso
Senhor diz: "Ninguém tem maior
amor do que
este : de dar alguém a sua vida pelos seus inimigos ";
mas Paulo diz: "Deus prova
o seu amor
para conosco ,
em
que Cristo
morreu por nós ,
sendo nós ainda
pecadores " e "se nós ,
sendo inimigos , fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho ..."
(Rom 5.8-10)
Tudo isso Ele fez por pecadores, por Seus
inimigos, pelos que eram seres vis e cheios de pecado e que nada tinham que
recomendasse. Essa é a medidade do seus amor. Ele veio do céu, desceu às
profundezas e ressurgiu por essas pessoas.
4.
Infinitamente alto para estarmos unidos com Ele por toda a eternidade. Mediante
esta dimensão o apóstolo expressa o supremo e final propósito de Deus quanto a
nós. Ou podemos dizer que este é o meio pelo qual ele descreve a altura a que
Deus se propõe elevar-nos.
O seu amor é tão grande por nós que Ele nos
uniu de fato a Si. Estamos unidos a Cristo, Ele nos tornou parte de Si mesmo,
do seu próprio corpo. É por isso que fomos vivificados com Ele. Em Efésios
5 Paulo prossegue dizendo: "Somos membros do seu corpo, da sua carne e
dos seus ossos". Seu amor é que fez isso por nós.
Em Filipenses vemos que Ele não nos salva
apenas num sentido espiritual; Ele vai salvar até os nossos corpos. Ele se
propõe a redimir-nos inteiramente, pelo que aguardamos do céu a vinda do
salvador, "que transformará o nosso
corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz
poder de sujeitar também a si todas as coisas" (3.20,21)
Devemos ir mais longe ainda , e lembrar como em sua última oração ao Pai , quando estava na terra , orou
com estas palavras : "Pai ,
aqueles que
me deste quero que ,
onde eu
estiver, também eles
estejam comigo , para
que vejam a minha
glória " (Jo 17.24)
O amor de nosso Senhor Jesus Cristo para
conosco não conhece limites; o seu desejo quanto a nós é que estejamos com Ele
e vejamos algo daquela glória que Ele compartilha com o Pai desde toda a
eternidade. Ele não se satisfaz em conseguir o nosso perdão e livrar-nos da
corrupção deste mundo mau; Ele quer que estejamos com Ele lá na glória, e que
lá passemos a eternidade.
O apóstolo
João descrevendo esta altura diz: "Vede quão
grande amor
nos tem concedido o Pai
que fôssemos chamados filhos de Deus ,
e ainda não
é manifestado o que havemos de ser . Mas sabemos que , quando ele se manifestar ,
seremos semelhantes a ele ; porque assim como é o
veremos"(3.1-2)
Seremos glorificados no espírito ,
na alma e no corpo ;
não haverá defeito ,
nem mancha nem ruga . Seremos perfeitos , completos
e cheios de "Toda
a plenitude de Deus ".
Conclusão:
Segundo o apóstolo é este amor que nos alicerça, que nos une uns aos
outros e a Deus. Desse modo temos procurado captar fracamente um vislumbre do
amor de Cristo por nós.
Você se sente triste quanto a sua vida? Você
já compreendeu que Jesus é o amante de sua alma, que Ele dedicou todo o seu
amor por você? Já compreendeu a largura, o comprimento, a altura e a
profundidade do amor de Deus por você?
Se estivermos cheios
desse amor e do conhecimento
deste amor , não
mais nos
assustaremos com as caretas
que a vida
faz pra gente
de vez em
quando . É este
conhecimento que
nos faz poderosos .
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