Um dos temas que mais nos chama a atenção nas Escrituras é
o Reino de Deus. A palavra reino no original significa domínio real ou esfera
onde Deus exerce seu domínio. O reino já se faz presente, mas
ainda não. Ou seja, não está presente de forma plena. Deus tem um reino entre
nós, mas não plenamente. É pôr isso que existe tantas desgraças e pecados neste
mundo.
Cristo já completou a história
da salvação através de sua morte e ressurreição,
o futuro prometido já está presente de uma maneira provisória. Com Jesus o
Reino é chegado (Mt 12.28). Este reino não está estático,
parado, estacionário, mas está em ação. A encarnação de Jesus colocou em
operação um poderoso movimento. O poder de Deus encontra-se operando
poderosamente entre os homens.
Nas parábolas que lemos, Jesus
nos apresenta a ação do Reino em três perspectivas:
“ACHANDO E SENDO ACHADO PELO REINO”
1. O Reino como Surpresa de Deus.
(V.44) Enterrar tesouros era algo comum antes de existir rede bancária.
As vezes o primitivo dono morria e o tesouro fica perdido, até que alguém o
achasse pôr acaso. Às vezes o Reino chega como
descoberta casual. Muita gente não está nem pensando em Deus, nem preocupado
com a salvação, nem interessada numa busca específica, quando de repente, o
Reino de Deus se descortina.
Esta parábola ilustra o que é
fato comum em muitos casos, que, nas vicissitudes da vida, o indivíduo é levado
a descobrir, pôr acidente, que realmente existe um grande tesouro neste mundo,
e que esse tesouro é Cristo, a sua mensagem e o reino a qual ele governa. Ao reconhecer essa maravilhosa
descoberta, percebe que todos os outros tesouros da vida, sejam eles riquezas materiais,
ou a intelectualidade, ou os prazeres, ou a fama não podem se comparar com esse
tesouro incalculável.
2. O Reino como Busca de Deus.
(v. 45,46) Esta parábola ilustra o indivíduo que encontra o reino dos céus,
como algo de grande valor, como resultado de uma busca diligente, em contraste
com a parábola do tesouros escondido, que alude à descoberta acidental do
reino.
O homem que é o personagem desta
parábola aparece como competente crítico de valores, perito conhecedor de pérolas.
A busca desse homem era resoluta, decisiva, incessante, guiada pôr grandes
princípios diligentes e pela experiência. Aqui vemos o quadro de um homem que
sempre encontrava pérolas de pequeno valor, mas que continuou em sua busca pôr
uma pérola soberba, singular, de grande preço. Finalmente a sua busca o guiou àquela
pérola raríssima. Pôr conhece-las bem, reconheceu imediatamente que aquela pérola
era não somente grande, mas também dotada de formação perfeita, sem falhas. O seu desejo de possuí-la foi tão
intenso que vendeu tudo quanto tinha, todas as riquezas que havia ajuntado
durante toda a sua vida, a fim de comprar aquela pérola extraordinária. Essa pérola
simboliza Cristo e seu reino.
Pessoas que buscam a Deus direta
ou indiretamente:
Busca intelectual, é a busca do
saber, do conhecimento, do domínio da cultura e da ciência que muitas vezes não
é um reflexo de desprezo, mas uma profunda sede dele. Nào encontram respostas
para as grandes questões da vida: De onde vim? Para onde vou? Algumas pessoas aproximam-se de
Jesus Cristo, da fé e da Igreja, abrem-se para o evangelho em função de
enfermidades que as acometem e que as pressionam pela via da dor a
refugiarem-se em Deus.
Busca existencial de paz: Muitos
são conduzidos a este mesmo encontro com Deus pôr causa de terem sido tocados,
molestados pôr causa de uma catástrofe familiar. É o pai que bebe, é o filho
que se vai, é o casamento que se fragmenta que se desmorona. Outros são atingidos pôr crises
financeiras, pôr falências. Outros são tomados pôr fobias, pôr medo pôr pânico.
Outros vão pôr que são abandonados, repudiados, rejeitados e procuram um
ajuntamento comunitário, e nessa busca psicológica de amor acabam
encontrando-se com Deus.
Os meios, os modos, as formas, as
causas, as vias são as mais variadas possíveis, e os irmãos podem testemunhar
isso. Cada vez que alguém vem aqui na frente e conta o processo pelo qual
achegou-se à Deus ficamos maravilhados pela diversidade de formas que foram
tocados pôr Deus.
3. O Reino como Arrastão de Deus
no Mar da Vida (v.47-50) No grego, a palavra traduzida aqui como rede
não é a rede pequena, que um homem sozinho podia manejar, e, sim a rede grande,
manejada pôr diversos homens, e que podia recolher grande número de peixes de
uma vez só. Pôr causa dessa capacidade, como é natural, muitas variedades de
peixes eram colhidos pôr ela. Alguns peixes eram usados como
alimento, para fornecer ‘’óleo” ou outro produto de valor no mercado, enquanto
que outros peixes eram inúteis, destituídos de valor.
Essas são as ações de Deus,
usando homens para buscar homens. Muitas pessoas ouvem o evangelho e se
interessam pela Palavra e pelos benefícios decorrentes dela. Depois, o tempo
mostra quais realmente compreenderam o Reino de Deus e tomaram um compromisso
em relação a ele.
A parábola ilustra os efeitos a
pregação do evangelho no mundo. Alguns aceitam a mensagem e assim desenvolvem
uma fé autentica, tornando-se discípulos legítimos de Cristo. Outros parece que
são somente recolhidos pela rede da mensagem de cristo, mas finalmente mostram
que são falsos discípulos.
Alguns possuem verdadeiramente a
vida espiritual, conferida em face da fé verdadeira, enquanto que outros só
aparentemente têm a vida espiritual. Alguns, segundo os propósitos de
Deus, estão prontos para cumprir os alvos divinos, ao passo que outros não são
aptos para cumprir os alvos de deus no tocante ao destino determinado para os
seres humanos.
CONCLUSÃO: Com base nisto, Jesus também nos ensina o que
caracteriza o nosso encontro com o Reino de Deus.
1. Compreensão da Graça de Deus
(v.44): Deus tem algo especial para nós: é um tesouro nos dado pela
Graça. “tendo-o achado”
2. Compreensão do compromisso
humano (v.45-46): Existe um compromisso que converge em atitudes,
renúncias, mudanças, investimento para tomar posse do Reino. “Tendo achado uma pérola de grande valor,
vendeu tudo o que possuía, e a comprou.”
3. Compreensão da necessidade
(v.47): “O Reino dos céus é
semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.” Pregação
da Palavra dirigida não só àqueles que buscam, mas a todos, pois todos têm
necessidade de ouvi-la. A pessoa fica apaixonada pela evangelização. Proclamar
é a sua maior obsessão. Lamenta como Paulo: “Ai de mim se não pregar o
evangelho”.
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