sexta-feira, 23 de março de 2012

ACHANDO E SENDO ACHADO PELO REINO - Mt 13.44-50


Um dos temas  que mais nos chama a atenção nas Escrituras é o Reino de Deus. A palavra reino no original significa domínio real ou esfera onde Deus exerce seu domínio. O reino já se faz presente, mas ainda não. Ou seja, não está presente de forma plena. Deus tem um reino entre nós, mas não plenamente. É pôr isso que existe tantas desgraças e pecados neste mundo. 

Cristo já completou a história da  salvação através de sua morte e ressurreição, o futuro prometido já está presente de uma maneira provisória. Com Jesus o Reino é chegado (Mt 12.28). Este reino não está estático, parado, estacionário, mas está em ação. A encarnação de Jesus colocou em operação um poderoso movimento. O poder de Deus encontra-se operando poderosamente entre os homens.

Nas parábolas que lemos, Jesus nos apresenta a ação do Reino em três perspectivas:

“ACHANDO E SENDO ACHADO PELO REINO”

1. O Reino como Surpresa de Deus. (V.44) Enterrar tesouros era algo comum antes de existir rede bancária. As vezes o primitivo dono morria e o tesouro fica perdido, até que alguém o achasse pôr acaso. Às vezes o Reino chega como descoberta casual. Muita gente não está nem pensando em Deus, nem preocupado com a salvação, nem interessada numa busca específica, quando de repente, o Reino de Deus se descortina. 

Esta parábola ilustra o que é fato comum em muitos casos, que, nas vicissitudes da vida, o indivíduo é levado a descobrir, pôr acidente, que realmente existe um grande tesouro neste mundo, e que esse tesouro é Cristo, a sua mensagem e o reino a qual ele governa. Ao reconhecer essa maravilhosa descoberta, percebe que todos os outros tesouros da vida, sejam eles riquezas materiais, ou a intelectualidade, ou os prazeres, ou a fama não podem se comparar com esse tesouro incalculável.

2. O Reino como Busca de Deus. (v. 45,46) Esta parábola ilustra o indivíduo que encontra o reino dos céus, como algo de grande valor, como resultado de uma busca diligente, em contraste com a parábola do tesouros escondido, que alude à descoberta acidental do reino.

O homem que é o personagem desta parábola aparece como competente crítico de valores, perito conhecedor de pérolas. A busca desse homem era resoluta, decisiva, incessante, guiada pôr grandes princípios diligentes e pela experiência. Aqui vemos o quadro de um homem que sempre encontrava pérolas de pequeno valor, mas que continuou em sua busca pôr uma pérola soberba, singular, de grande preço. Finalmente a sua busca o guiou àquela pérola raríssima. Pôr conhece-las bem, reconheceu imediatamente que aquela pérola era não somente grande, mas também dotada de formação perfeita, sem falhas. O seu desejo de possuí-la foi tão intenso que vendeu tudo quanto tinha, todas as riquezas que havia ajuntado durante toda a sua vida, a fim de comprar aquela pérola extraordinária. Essa pérola simboliza Cristo e seu reino.

Pessoas que buscam a Deus direta ou indiretamente:

Busca intelectual, é a busca do saber, do conhecimento, do domínio da cultura e da ciência que muitas vezes não é um reflexo de desprezo, mas uma profunda sede dele. Nào encontram respostas para as grandes questões da vida: De onde vim? Para onde vou? Algumas pessoas aproximam-se de Jesus Cristo, da fé e da Igreja, abrem-se para o evangelho em função de enfermidades que as acometem e que as pressionam pela via da dor a refugiarem-se em Deus.

Busca existencial de paz: Muitos são conduzidos a este mesmo encontro com Deus pôr causa de terem sido tocados, molestados pôr causa de uma catástrofe familiar. É o pai que bebe, é o filho que se vai, é o casamento que se fragmenta que se desmorona. Outros são atingidos pôr crises financeiras, pôr falências. Outros são tomados pôr fobias, pôr medo pôr pânico. Outros vão pôr que são abandonados, repudiados, rejeitados e procuram um ajuntamento comunitário, e nessa busca psicológica de amor acabam encontrando-se com Deus.

Os meios, os modos, as formas, as causas, as vias são as mais variadas possíveis, e os irmãos podem testemunhar isso. Cada vez que alguém vem aqui na frente e conta o processo pelo qual achegou-se à Deus ficamos maravilhados pela diversidade de formas que foram tocados pôr Deus.

3. O Reino como Arrastão de Deus no Mar da Vida (v.47-50) No grego, a palavra traduzida aqui como rede não é a rede pequena, que um homem sozinho podia manejar, e, sim a rede grande, manejada pôr diversos homens, e que podia recolher grande número de peixes de uma vez só. Pôr causa dessa capacidade, como é natural, muitas variedades de peixes eram colhidos pôr ela. Alguns peixes eram usados como alimento, para fornecer ‘’óleo” ou outro produto de valor no mercado, enquanto que outros peixes eram inúteis, destituídos de valor.

Essas são as ações de Deus, usando homens para buscar homens. Muitas pessoas ouvem o evangelho e se interessam pela Palavra e pelos benefícios decorrentes dela. Depois, o tempo mostra quais realmente compreenderam o Reino de Deus e tomaram um compromisso em relação a ele.

A parábola ilustra os efeitos a pregação do evangelho no mundo. Alguns aceitam a mensagem e assim desenvolvem uma fé autentica, tornando-se discípulos legítimos de Cristo. Outros parece que são somente recolhidos pela rede da mensagem de cristo, mas finalmente mostram que são falsos discípulos.

Alguns possuem verdadeiramente a vida espiritual, conferida em face da fé verdadeira, enquanto que outros só aparentemente têm a vida espiritual. Alguns, segundo os propósitos de Deus, estão prontos para cumprir os alvos divinos, ao passo que outros não são aptos para cumprir os alvos de deus no tocante ao destino determinado para os seres humanos.

CONCLUSÃO: Com base nisto, Jesus também nos ensina o que caracteriza o nosso encontro com o Reino de Deus.

1. Compreensão da Graça de Deus (v.44): Deus tem algo especial para nós: é um tesouro nos dado pela Graça. “tendo-o achado

2. Compreensão do compromisso humano (v.45-46): Existe um compromisso que converge em atitudes, renúncias, mudanças, investimento para tomar posse do Reino. “Tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou.”

3. Compreensão da necessidade (v.47): “O Reino dos céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.” Pregação da Palavra dirigida não só àqueles que buscam, mas a todos, pois todos têm necessidade de ouvi-la. A pessoa fica apaixonada pela evangelização. Proclamar é a sua maior obsessão. Lamenta como Paulo: “Ai de mim se não pregar o evangelho”.

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