terça-feira, 20 de março de 2012

ANDANDO SOBRE AS AGUAS – Mt 14.22-33


 

No dia 6 de agosto de 1926, Gertrude Edele uma mulher, tentou atravessar a nado o canal da Manhca. Existem lições de Gertrude  Ederle que precisam ser mencionadas. No campo do esforço humano, na maioria das vezes, aqueles que assistem das laterais advertem o participan­te a agüentar firme e prosseguir até o fim. Entretanto, no caso dela, aqueles que a acompanharam, seu pai, sua irmã, os jornalistas, os fotógrafos e o seu treinador, William Brugess, um inglês que finalmente vencera o Canal da Mancha após 18 tentativas fracassadas  incentivaram-na a “jogar a toalha”. 
Ela estava congelada, exausta, baqueada e nauseada por causa das 11 horas de esforço, mas nunca se queixou ou demonstrou quaisquer sinais de hesitação.
À três milhas de sua meta, o mar a açoitava furiosamente e, naquele momento, seu pai e seu trei­nador apelaram para que ela desistisse, a fim de não se machu­car. Logo depois, a sua clássica resposta veio a ecoar em todo o mundo: “Desistir? Por que razão?” Esgotada, chegou à margem e entrou para os livros de história tornando-se a primeira mulher a atravessar o Ca­nal da Mancha a nado.
Seu tempo foi de 14 horas e 31 minutos, quebrando por uma diferença de 2 horas e 23 minutos o recorde de Charles Toff. Como diz um velho ditado: “Ao se depararem com as difi­culdades, os resolutos seguem em frente. ” Gertrude” deu a todos nós uma boa lição com a sua realização.
 Pedro e seus amigos entraram num barquinho certa tarde, com o objetivo de atravessar o mar da Galiléia. Como Jesus queria ficar sozinho, partiram sem ele. Pedro não se preocupou com isso — passara a vida inteira dentro de barcos. Gostava deles.
Dessa vez, porém, uma tempestade os alcançou. O evangelho de Mateus diz que o barco estava sendo “fustigado” (Mt 14.24)  pelas ondas. Um temporal muito violento, o máximo que os discí­pulos conseguiram fazer foi impedir que o barco virasse.
Por volta das três horas da manhã, imagino que não estavam mais preocupados em chegar à outra margem — só queriam continuar vivos. Então, um dos discípulos percebeu um vulto caminhando sobre as águas na direção deles. Mas os discípulos convenceram-se de que ele era um fantasma. Ficaram aterrorizados e gritaram de medo. Mas Mateus deseja que saibamos que, às vezes, só os olhos da fé reconhecem a proximidade de Jesus. Em geral, no meio da tempestade, fustigados pelas ondas da desilusão e da dúvida, não reagimos melhor do que eles.
Aprofundemo-nos um pouco mais. O que Jesus pretendia passeando no lago às três horas da manhã?
Marcos nos dá uma dica nos contando  que Jesus “estava já a ponto de passar por eles” Mc 6.48,49,  quando o viram caminhando sobre as águas e pensaram que fosse um fantasma. Por que Jesus haveria de querer “passar por eles”? Ele decidiu competir com eles? Queria impressioná-los com um belo truque?
O verbo parerchomai (“passar por”) é usado na tradução grega do Antigo Testamento como um termo técnico para teofania — aqueles momentos críticos em que Deus fazia “aparições impressionantes e temporárias na terra para escolher indivíduos ou grupos com o propósito de transmitir uma mensagem”.
Deus colocou Moisés na fenda de uma rocha para que ele pudesse ver “minha glória passar. ... e passou diante de Moisés” . Êx 33.22; 34.6. Deus disse a Elias que se colocasse no monte, “pois o SENHOR vai passar.
Há um padrão nessas histórias. Em cada caso, Deus precisava chamar a atenção do povo — por intermédio de uma sarça em chamas, do vento, do fogo ou caminhando sobre as águas.
Deus iria chamar a cada uma dessas pessoas para fazer algo extraordinário. Em cada situação, a pessoa que Deus chamou sentiu medo. Mas toda vez que essa pessoa disse sim a seu chamado, experimentou o poder de Deus em sua vida.
Doze discípulos sentados dentro de um barco, e não sabemos como onze deles reagiram àquela voz. Talvez com perplexidade, admiração, descrença ou um pouco de cada. Mas um deles, Pedro, estava prestes a se tornar alguém que anda sobre as águas. Reconheceu que Deus estava presente — até no mais improvável dos lugares. É o que a Palavra quer nos ensinar nesta hora:.
QUEM ANDA SOBRE AS AGUAS
Quem anda sobre as águas sai do barco. 
Antes de prosseguir quero observar um detalhe do texto:, Pedro exclamou para o vulto que se aproximava: “Se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas”. Por que Mateus incluiu esse detalhe? Por que Pedro não pulou dentro d’água de uma vez? Acho que por um motivo muito importante.
A história não tem relação apenas com correr riscos, mas principalmente com obediência. Ou seja, devo discernir entre um chamado autêntico de Deus e aquilo que pode ser apenas um impulso tolo de minha parte. A coragem por si só não basta; deve vir acompanhada de sabedoria e discernimento.
Mateus não está glorificando o simples gesto de correr riscos. Jesus não procura gente que salte sobre precipícios com um elástico amarrado nos pés, que voe em queda livre, que arrisque a vida como prova de fé.
Pedro não quis andar sobre as águas para se divertir. Não se tratava de esportes radicais, e sim de discipulado a toda prova. Significa que, antes de sair do barco, Pedro precisa certificar-se de que Jesus também gosta da idéia. Por isso, pede que ele seja muito claro: “Se és tu, manda-me...” Mt 14.28. Mas, imagine a violência da tempestade, capaz de levar profissionais experientes a lutar contra o naufrágio. Imagine o tamanho das ondas, a força do vento, a escuridão da noite — e nenhum comprimido de Dramin à vista! Eram essas as condições em que Pedro pretendia sair do barco.
Já seria difícil andar sobre águas calmas, com o sol brilhando no céu, uma brisa suave soprando. Imagine tentar essa proeza enquanto as ondas quebram com grande estrondo, com um vendaval soprando, às três da manhã — e você apavorado.
Coloque-se no lugar de Pedro um instante. De repente você percebe o que Jesus está fazendo — o Senhor está passando. Ele o convida a participar da maior aventura de sua vida. Ao mesmo tempo, você morre de medo. Qual seria sua opção: a água ou o barco?
O barco é seguro, firme e confortável. A água, no entanto, é um ambiente hostil. As ondas estão altas. O vento, forte. Você está no meio de uma tempestade. E se sair do barco qualquer que seja ele —, há uma boa chance de afundar. Mas se não sair, com certeza jamais andará sobre as águas.
A vida não pode se resumir a ficar sentado no barco. Por isso, deixe-me fazer uma pergunta muito importante: Qual é o seu barco?
Seu barco é qualquer coisa que represente segurança e proteção para você, exceto o próprio Deus. Seu barco é tudo em que você se sente tentado a confiar, ainda mais quando a vida fica turbulenta.
Seu barco o mantém tão confortável que você não quer abrir mão dele, mesmo que o impeça de juntar-se a Jesus sobre as ondas. Seu barco é tudo que o afasta da grande aventura do discipulado a toda prova.
Quer saber qual é seu barco? Seu medo lhe dirá. Faça-se a seguinte pergunta: O que mais me dá medo - principalmente quando penso em deixar para trás em um passo dele?
Para uns, é sua profissão. Ele trabalha há 35 anos; tem quase sessenta agora. Mas foi atormentado a vida inteira pela sensação de que Deus o chamava para o ministério da igreja. Silenciou a própria consciência doando muito dinheiro e fazendo obras excelentes, mas não consegue se livrar do medo assombroso de ter perdido o chamado. E receia que seja tarde demais.
O barco de um outro é o segredo. Ele é viciado em pornografia. Um vício sem maiores conseqüências, na opinião dele, basicamente filmes proibidos e eventuais farras pela Internet. Nada que lhe custe o emprego ou o casamento — pelo menos por enquanto. Mas ninguém sabe. Tem medo de confessá-lo. Tem medo de procurar ajuda. O segredo o está matando, mas é seu barco.
Talvez seu barco seja o sucesso. Como no caso do jovem rico na Bíblia. Jesus o convidou para sair do barco “Vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. E... depois, venha e siga-me.” Mas ele resolveu não aceitar. Tinha um barco muito bom. Um iate. De fácil manejo. O jovem rico o apreciava demais para se desfazer dele.
Qual é seu barco? Em que área da vida você se retrai todo para não confiar plena e corajosamente em Deus? O medo lhe dirá qual é seu barco. Deixá-lo pode ser a atitude mais difícil de toda a sua vida. Mas se você quiser andar sobre as águas, terá de sair desse barco.
Quem anda sobre as águas sabe que terá problemas como risco e medo. Então, Pedro aproxima-se da amurada do barco. Os outros discípulos observam atentos. Tinham visto Pedro agir com precipitação outras vezes muitas vezes. Querem ver até que ponto ele está disposto a chegar. Ele passa um pé sobre a amurada, segurando firme no barco. Depois o outro pé. Agarra-se ainda com feroz determinação e muita força. Por fim, toma uma atitude de fé — e se solta. Entrega-se completa­mente ao poder de Jesus. E, de repente, pela primeira vez na história, um ser humano comum anda sobre as águas. Então, acontece. Pedro “reparou no vento. A realidade instalou-se, e Pedro se perguntou: “Onde é que eu estava com a cabeça?”. Percebeu que estava sobre as águas no meio de uma tempestade, e sem um barco sob os pés. Apavorou-se.  
A tempestade não deveria ser uma surpresa —estava ali o tempo todo. Acontece que o foco de Pedro mudou do Salvador para a tempestade. 
Todos nós sabemos o que significa “reparar no vento”. Você parte em uma nova aventura cheio de esperanças. Um emprego novo, talvez; ou quem sabe tenha resolvido experimentar servir a Deus de uma nova maneira. A princípio,  sente-se cheio de fé — não há uma única nuvem ali o tempo todo. no céu.
Então a realidade se instala, contratempos, oposições, obstáculos inesperados, você repara no vento. Já era de esperar — o mundo é um lugar de muitas tempestades. Mas, de alguma forma, os problemas ainda têm o poder de nos pegar de surpresa.
Por causa do vento, algumas pessoas resolvem nunca sair do barco. Se você sair, enfrentará o vento e a tempestade lá fora. Mas você já deve saber: não existem garantias de que a vida no barco será mais segura.
Eileen Guder escreveu: Você pode viver de comida natural para evitar uma úlcera, não tomar chá, café ou outros estimulantes em nome da saúde, ir para a cama cedo, manter distância da vida noturna, evitar assuntos polêmicos para jamais ofender alguém, nunca se meter na vida alheia, evitar o envolvimento com os problemas dos outros, gastar dinheiro só no que é necessário e poupar o máximo possível. Ainda assim, pode acontecer de você quebrar o pescoço na banheira.’
Larry Laudan, filósofo da ciência, passou a última década estudando a administração do risco. Ele escreve que vivemos em uma sociedade de tal forma dirigida pelo medo que sofremos daquilo que  chama de congestionamento mental — condição que, como o conges­tionamento de trânsito, nos torna incapazes de agir ou de nos mover.
Laudan resume a questão da administração do risco em dezenove princípios. O primeiro é o mais simples: tudo é arriscado. Se você procura a segurança absoluta, escolheu a espécie errada. Pode passar o dia inteiro na cama — e talvez lhe aconteça o mesmo que a meio milhão de americanos que todo ano solicitam atendimento domiciliar de emergência por terem se acidentado caindo da cama. Pode até fechar as janelas — e talvez você seja uma das dez pessoas por ano que acabam se machucando no pescoço acidentalmente nas cordas da persiana.
Na hora de chutar para o gol, você pode pisar na bola e cair. Os melhores jogadores do mundo erram duas em cada três tentativas. Mas se não chutar, você nunca vai conhecer a glória de fazer um gol. Sair do barco envolve correr perigo, mas também é perigoso continuar no barco. Se você vive no barco — qualquer que seja ele —, um dia morrerá de tédio e estagnação. Tudo é arriscado.
Ainda, a opção de seguir Jesus — de crescer — é também a opção pelo retorno constante do medo. Você tem de sair um pouco do barco a cada dia.
Deixe-me explicar. Os discípulos entram no barco, enfrentam a tempestade, vêem alguém andando sobre as águas e sentem medo. “Não tenham medo!”, diz Jesus. Pedro então se enche de coragem, pede permissão para sair do barco, repara no vento e sente medo de novo. “Não tenham medo!”, diz Jesus. Você acha que essa será a última vez na vida que Pedro terá medo?
Aqui está uma verdade profunda a respeito de andar sobre as águas: O medo nunca irá embora. Por quê? Porque toda vez que eu quiser crescer, terei de avançar por um território novo, aceitar desafios novos. E sempre que fizer isso, experimentarei medo de novo. Ou seja, pode parar de tentar fazer que o medo desapareça. Medo e crescimento andam sempre juntos.  A decisão de crescer implica escolher entre risco e conforto. Ou seja, para seguir a Jesus, você deve renunciar ao conforto como o bem maior de sua vida.
Nós gostamos de conforto. O teólogo Karl Barth disse que o conforto é um dos grandes cantos de sereia de nossa era. Você sabe qual o tipo de cadeira mais procurada hoje em dia? Es-preguiça-deira. Nada que lembre risco ou perigo. Nem trabalho, como cadeira de secretária, cadeira de executivo ou cadeira de presidente.
Es-preguiça-deira. Queremos mergulhar no conforto. Chegamos a desenvolver uma linguagem própria para isso. As pessoas dizem: “Agora eu só quero sombra e água fresca. De preferência, na frente da televisão, para não ter que pensar em nada”. 
Pode-se dizer que os onze discípulos ficaram “sentados” enquanto tudo acontecia. Não os incomodava assistir à cena, só não queriam participar dela.
Hoje existem milhões de pessoas “sentadas” nos bancos das igrejas se expreguiçando. Desejam parte do conforto associado à espiritualidades mas não querem o risco nem o desafio que fazem parte da vida de quem segue a Jesus de verdade.  No entanto, Jesus ainda procura pessoas dispostas a sair do barco.
Risco e conforto — tendem a se transformar em hábito. Cada vez que você sai do barco, aumenta a probabilidade de repetir essa atitude na próxima oportunidade. Não porque o medo tenha ido embora, mas porque se acostumou a conviver com ele. Você descobre que ele não tem poder para destruí-lo.
No entanto, toda vez que resiste, toda vez que opta por ficar no barco e não dar atenção ao chamado, a voz em seu interior silencia um pouco. Até que, um dia, você não a ouve mais.
Quem anda sobre as águas sabe administrar o fracasso como uma oportunidade para crescer. Por reparar no vento e ceder ao medo, Pedro começou a afundar. Isso levanta uma questão: “Pedro fracassou?”.
O fracasso não é um acontecimento, mas o julgamento que se faz de determinado acontecimento. É um modo de pensar o resultado final de nossos atos.
Antes de Jonas Salk desenvolver uma vacina para a pólio que funcionasse de fato, ele experimentou duzentas outras, todas mal­sucedidas. Alguém lhe perguntou:
— Qual a sensação de fracassar duzentas vezes?
— Nunca fracassei duzentas vezes em toda a minha vida — Salk retrucou. — Apenas descobri duzentas maneiras de não vacinar contra a pólio.
Jonas Salk fez duzentas tentativas mal sucedidas para criar a vacina contra a pálio. Ele foi um fracasso?
Mas, e quanto a Pedro? Ele fracassou? Na verdade, sou da seguinte opinião: havia onze fracassos bem maiores sentados naquele barco. Fracassaram em silêncio. Em segredo. Ninguém percebeu, ninguém comentou, ninguém os criticou.
Pedro cometeu um erro em olhar para as circunstâncias, mas depois olhou para Jesus e experimentou  duas glórias:
Assim que Pedro pede ajuda, Jesus se coloca a seu lado. Ele o ajuda fisicamente, tirando-o das águas. Mas também o ajuda a crescer ao identificar o problema com precisão: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”. Mt 14.31.
Pedro conheceu a glória de ser erguido por Jesus em um momento desesperador. Pedro  agora sabia, mais que qualquer outro discípulo, que, quando afundasse, Jesus seria a pessoa perfeita para salvá-lo. Compartilhara uma experiência, estabelecera um vínculo, vivenciara uma confiança em Jesus como nenhum dos companheiros.
Pedro aprendeu que andar sobre as águas ou afundar dependia de se concentrar em Jesus ou na tempestade. De qualquer forma, agora ele compreendia sua dependência da fé de modo muito mais profundo do que se jamais saísse do barco. A disposição para correr o risco de fracassar o ajudou a crescer.
Segundo: Pedro experimentou a glória de andar sobre as águas ao receber o poder de Deus para fazê-lo.
Não foi assim com os onze, nem poderia ser diferente, pois eles não haviam saído do barco. O pior fracasso não é afundar nas águas. O pior fracasso é nunca sair do barco.
O erro é parte indis­pensável, insubstituível do crescimento e do  aprendizado. É esse o princípio da história: não é o fracasso que molda você, e sim a maneira como você reage a ele.
Edmund Hillary fez várias tentativas frustradas de escalar o monte Everest antes de obter sucesso. Depois de uma delas, ele parou na base da montanha gigantesca e, ameaçou-a:
Vou desafiar você outra vez. Você pode ser grande... mas eu ainda estou crescendo.
Toda vez que Edmund Hillary subia, fracassava. E toda vez que fracassava, aprendia. E toda vez que aprendia, crescia e tentava de novo. Até que um dia não fracassou.
Jesus ainda procura pessoas que saiam do barco. Por que correr esse risco? Acho que existem algumas razões:
•  É o único jeito de crescer de verdade.
•  É o caminho para o desenvolvimento da fé verdadeira.
•  É a alternativa ao tédio e estagnação que leva as pessoas a definhar e morrer.
•  É assim que você descobre seu chamado e o segue.
Creio que há vários motivos excelentes para sair do barco. Um deles, no entanto, supera todos os demais: é na água que Jesus está. A água pode ser escura, funda e perigosa. Mas Jesus não está no barco, O principal motivo pelo qual Pedro saiu do barco foi por querer estar com Jesus.
Creio que, em geral, o método utilizado por Deus para fazer brotar em nós uma fé profunda e ousada é convidando-nos a sair do barco. Mais que ouvir uma mensagem ou ler um ótimo livro, Deus usa os desafios do mundo real para desenvolver nossa habilidade de confiar nele.
Somos propensos a buscar um mundo de conforto. Tentamos construir vidas administráveis com um mínimo de segurança e previsibilidade, de forma a manter a ilusão de termos tudo sob controle.
Então Deus “passa por nós e transtorna tudo. O chamado para sair do barco implica crise, oportunidade, erro muitas vezes, medo outras tantas, sofrimento de vez em quando. Mas não existe outro modo de desenvolver a fé e nos tornarmos parceiros de Deus.
Talvez tenha havido uma época na vida em que andar sobre as águas era quase uma rotina. Época em que seu coração se parecia muito com o de Pedro: “Manda-me. Diga-me para ir ao teu encontro”
Época em que você se arriscaria a pôr a fé em prática ainda que isso significasse rejeição; a dar, mesmo que envolvesse sacrifício; a servir, mesmo diante da possibilidade de fracasso. Você afundou algumas vezes. Outra vezes, deslizou sobre as águas. Mas viveu no limite da fé.
Contudo talvez faça muito tempo que você não sai do barco. Talvez possua uma boa embarcação, com cadeiras estofadas no convés e estabilizadores para que você nunca fique enjoado na tempestade. Talvez tenha um lugar bastante confortável no barco. Mas o Senhor está passando! Jesus ainda espera aqueles que vão sair do barco. Não sei que significado tem isso para você. Se sair do barco — seja ele qual for —, enfrentará problemas.
Há uma tempestade lá fora, e sua fé não será perfeita. O risco sempre encerra a possibilidade de fracasso. segurá-lo. Mas se você sair, creio que duas coisas acontecerão:
Primeira, quando você fracassar - acontecerá algumas vezes —Jesus estará a postos para segurá-lo. Você não estará sozinho. Descobrirá que ele ainda é a pessoa mais indicada para salvar.
Segunda, de vez em quando você andará sobre as águas. Tome uma atitude de fé. Saia do barco.

4 comentários:

Sara disse...

Bertoni este texto apesar de longo... mas longo pq eu li cansada e com muito sono, ou seja, dobrou de tamanho, hehehe...me mostrou o quanto nos estamos com medo, acomodados dentro do nosso barquinho, confiar mais em Deus, e se fico presa a minha descrenca jamais vou desenvolver a minha crenca em Deus, a minha dependencia, jamais vou escutar o Senhor me chamar...e por conta disso eu escolho sair sempre do barco, todas as vezes que me chamar eu irei. Valeu as palavras, prometo que irei ler os outros, um de cada vez, ateh pq pra entender preciso ler uma, duas, tres e na quarta eu memorizo e medito...sou meio devagar, mas chego lah, kkk

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