quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O Deus que se Revela


Antes do século dezessete, ficou reconhecido que a filosofia e a teologia lidavam com as mesmas perguntas básicas. A única diferença entre as duas disciplinas era que a filosofia refletia e argumentava sobre essas perguntas básicas em grande parte sobre a razão e a revelação natural, enquanto a teologia refletia e argumentava principalmente sobre a revelação especial. Na Idade Média, foi dito que a filosofia servia como um instrumento da teologia. A Teologia foi estabelecida como a rainha das ciências. Quando a filosofia tomou a frente, logo ficou claro que ela não estava à altura de responder as perguntas básicas da vida. Somente a realidade da existência de Deus conhecida pela revelação dEle, provê as respostas para estas grandes questões. Schaeffer defende nesta obra que o homem tem uma necessidade filosófica de Deus existir e não estar em silêncio em três áreas: em primeiro lugar a metafísica que trata do Ser, da Existência; em segundo lugar da moral e o terceiro campo da epistemologia – o problema do conhecimento. Estas são três áreas que a filosofia tem que lidar e são, respectivamente: o problema da existência, o problema do comportamento moral de homem e como o homem poderá “vir a saber e como podemos saber que sabemos”. O ser humano é incapaz de viver sem uma visão de mundo. Daí, a necessidade metafísica da existência de Deus. Tal necessidade demonstra que deve haver algo ou alguém que é tão grande, poderoso, sábio o suficiente e desejoso de criar e manter o universo em que vivemos. Se estas exigências não são satisfeitas, então o homem é forçado a admitir que ele está aqui por casualidade e que, conseqüentemente, não tem nenhum destino especial. A necessidade moral da existência de Deus centraliza o homem como um ser pessoal que distingue entre o certo e o errado. Só há duas opções: Ou o homem foi criado de um começo impessoal e o seu sistema moral é um produto da cultura dele, ou o homem teve um começo pessoal e lhe foi dado determinadas leis para seguir e um senso interior do certo e errado. A necessidade moral de Deus está fundamentada na necessidade filosófica de considerar por que o homem é ao mesmo tempo cruel e maravilhoso. Isto só pode ser explicado em termos do fato bíblico da queda. A necessidade epistemológica da existência de Deus direciona nossa habilidade para saber o que no final das contas é real. A maior parte do problema moderno na área de conhecimento começou no século dezessete. Com o desenvolvimento da revolução científica, os critérios para a verdade passaram a ser o que poderia ser demonstrado em um laboratório. O resultado foi que a crença em Deus e no milagre não podiam ser demonstrados em um laboratório, sendo assim abandonados por muitos. O resultado final foi o pessimismo e o desespero que considera as verdades teológicas e, mais recentemente, qualquer verdade com não sendo absoluta. Schaeffer responde; “Existiu um período anterior à queda, e então o homem desviou-se do seu ponto de integração apropriado, por sua escolha; e, assim procedendo, houve uma descontinuidade moral – O homem tornou-se anormal. Se removermos este fato, toda e qualquer resposta que se possa dar ao homem e ao seu dilema moral, também estará extinta, bem como o cristianismo bíblico e histórico. A única resposta para estes três dilemas é um apelo ao Deus que está aqui, e para a sua revelação natural e especial. A base do Cristianismo é a convicção que o Deus Trino está aqui, se revela a nós e que o homem pode comunicar-se com Ele. Se isto não for verdade, então nós estamos sem nenhum fundamento. A obra de Shaeffer é de grande importância em pelo menos três aspectos: Primeiro, diante da necessidade básica de todos os seres humanos em saber as respostas às grandes perguntas da vida, Schaeffer demonstrou que Deus deu para o homem as respostas na forma de revelação natural e especial. Segundo; Schaeffer demonstrou que a fé Cristã não só é a verdade, mas que é a única resposta plausível para a existência do homem e o seu lugar no universo. Ele também demonstrou que uma fé irracional não é o que Deus pretendeu comunicar. Terceiro, Schaeffer era um verdadeiro profeta que enxergou no seu tempo o que outros não conseguiam enxergar. Ele viu que o gênero humano, cristãos e não -cristãos, estavam perdidos num mar de irracionalidade. Ele percebeu que a verdade do Cristianismo ortodoxo estava se perdendo em meio à teologia liberal e o resgatou. Deus existe de fato e falou conosco através da Bíblia, revelou a verdade sobre o mundo, sobre si mesmo e sobre o homem.

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